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Todas as Glórias a Sri Guru e Sri Gauranga (Original Sem "correções") -.- Primeiro Canto - "Criação" Capítulo Dezoito - Maharaja Parikshit Amaldiçoado por um Menino Brahmana -.- |
Capítulo Dezoito Maharaja Parikshit Amaldiçoado por um Menino Brahmana Verso 1 süta uväca Sri Suta Goswami disse: Devido à misericórdia da Personalidade de Deus, Sri Krishna, que atua maravilhosamente, Maharaja Parikshit, embora atacado pela arma do filho de Drona no ventre de sua mãe, não pôde ser queimado. Iluminação de Srila Prabhupada: Os sábios de Naimisharanya ficaram maravilhados depois de ouvirem sobre a maravilhosa administração de Maharaja Parikshit, especialmente em referência à sua punição da personalidade de Kali e torná-lo completamente incapaz para causar qualquer dano dentro do seu reino. Suta Goswami estava igualmente ansioso para descrever o nascimento e morte maravilhosos de Maharaja Parikshit, e este verso é declarado por Suta Goswami para incrementar o interesse dos sábios de Naimisharanya Verso 2 brahma-kopotthitäd yas tu Além do mais, Maharaja Parikshit estava sempre conscientemente rendido para a Personalidade de Deus, e por isso ele não ficou nem com medo nem confuso pelo medo da serpente pássaro que iria picá-lo por causa da fúria de um menino brahmana. Iluminação de Srila Prabhupada: Um devoto rendido do Senhor é chamado narayana-parayana. Um devoto assim nunca tem medo de nenhum lugar ou pessoa, nem mesmo a morte. Para ele nada é tão importante quanto o Supremo Senhor, e por isso ele dá importância igual para paraíso e inferno. Ele sabe bem que tanto paraíso quanto inferno são criações do Senhor, e similarmente vida e morte são diferentes condições de existência criadas pelo Senhor. Porém em todas condições e em todas circunstâncias, lembrança de Narayana é essencial. O narayana-parayana pratica isso constantemente. Maharaja Parikshit era um devoto puro assim. Ele foi injustamente amaldiçoado pelo filho de um brahmana inexperiente, que estava sob a influência de Kali, e Maharaja Parikshit aceitou isso como se fosse mandado por Narayana. Ele sabia que Narayana (Senhor Krishna) o salvou quando foi queimado no ventre de sua mãe, e se tivesse que ser morto pela picada de uma serpente, isso também aconteceria pela vontade do Senhor. O devoto nunca vai contra a vontade do Senhor; qualquer coisa mandada por Deus é uma bênção para o devoto. Assim Maharaja Parikshit não estava nem com medo nem confuso por essas coisas. Esse é o sinal de um devoto puro do Senhor. Verso 3 utsåjya sarvataù saìgaà Além do mais, depois de deixar todos seus associados, o Rei se rendeu como um discípulo para o filho de Vyasa (Shukadeva Goswami), e assim ele foi capaz de entender a posição verdadeira da Personalidade de Deus. Iluminação de Srila Prabhupada: A palavra ajita é significativa aqui. A Personalidade de Deus, Sri Krishna, é conhecida como Ajita, ou inconquistável, e Ele é assim em cada aspecto. Ninguém pode saber a Sua posição real. Ele é inconquistável por conhecimento também. Nós ouvimos sobre Seu dhama, ou lugar, eterno Goloka Vrindavana, mas há muitos acadêmicos que interpretam essa morada em diferentes formas. Porém pela graça de um mestre espiritual igual Shukadeva Goswami, para quem o Rei se entregou como um discípulo humilde ao máximo, alguém é capaz de entender a posição real do Senhor, Sua morada eterna, e Sua parafernália transcendental nesse dhama, ou morada. Ao saber a posição transcendental do Senhor e o método transcendental pelo qual se pode aproximar do dhama transcendental, o Rei estava confiante sobre seu destino último, e por saber isso ele pôde deixar de lado tudo material, até mesmo seu próprio corpo, sem qualquer dificuldade de apego. No Bhagavad-gita, está afirmado, param drstva nivartate: (Bg. 9.59) alguém pode abandonar toda conexão com apego material quando é capaz de ver o param, ou a qualidade superior das coisas. Do Bhagavad-gita entendemos a qualidade da energia do Senhor que é superior à energia de qualidade material, e pela graça de um mestre espiritual fidedigno igual Shukadeva Goswami, é bem possível saber tudo da energia superior do Senhor pela qual o Senhor manifesta Seu nome, qualidade, passatempos, parafernália e variedade eternos. A menos que a pessoa entenda completamente essa energia superior ou energia eterna do Senhor, não é possível deixar a energia material, o tanto que alguém possa especular teoricamente sobre a verdadeira natureza da Verdade Absoluta. Pela graça do Senhor Krishna, Maharaja Parikshit foi capaz de receber a misericórdia de uma personalidade igual Shukadeva Goswami, e assim ele foi capaz de conhecer a posição verdadeira do Senhor inconquistável. É muito difícil encontrar o Senhor pelas literaturas Védicas, porém é muito fácil conhecê-Lo pela misericórdia de um devoto liberado igual Shukadeva Goswami. Verso 4 nottamaçloka-värtänäà Isso foi assim porque aqueles que dedicaram suas vidas para os tópicos transcendentais da Personalidade de Deus, os quais os hinos Védicos cantam, e que estão constantemente dedicados em lembrar os pés de lótus do Senhor, não correm o risco de equívocos mesmo no último momento de suas vidas. Iluminação de Srila Prabhupada: A perfeição mais elevada da vida é obtida por lembrar a natureza transcendental do Senhor no último momento da sua vida. Essa perfeição da vida é feita possível por aquele que aprendeu a verdadeira natureza transcendental do Senhor dos hinos Védicos cantados por uma alma liberada igual Shukadeva Goswami ou alguém nessa linha de sucessão discipular. Não existe nenhum ganho em ouvir hinos Védicos de algum especulador mental. Quando o mesmo é ouvido de uma alma auto-realizada verdadeira e é entendido apropriadamente por serviço e submissão, tudo se torna transparentemente claro. Assim um discípulo submisso é capaz de viver transcendentalmente e continuar até o fim da vida. Pela adaptação científica, a pessoa é capaz de lembrar o Senhor mesmo no fim da vida, quando o poder da lembrança fica enfraquecido devido ao desarranjo das membranas do corpo. Para uma pessoa comum, é muito difícil lembrar coisas como elas são quando está no momento da morte, mas pela graça do Senhor e Seus devotos fidedignos, os mestres espirituais, ela pode obter essa oportunidade sem dificuldade. E isso foi feito no caso de Maharaja Parikshit. Verso 5 tävat kalir na prabhavet Enquanto o grandioso, poderoso filho de Abhimanyu permanecer o Imperador do mundo, não há chance que a personalidade de Kali florescerá. Iluminação de Srila Prabhupada: Como já explicamos, a personalidade de Kali entrou na jurisdição desta Terra muito tempo atrás, e ele procurava uma chance de propagar sua influência por todo o mundo. Mas ele não pôde fazer isso satisfatoriamente devido à presença de Maharaja Parikshit. Esse é o caminho do bom governo. Os elementos de perturbação tais quais a personalidade de Kali sempre tentarão estender suas atividades nefastas, porém é o dever do estado capacitado impedi-los por todos meios. Embora Maharaja Parikshit alocou lugares para a personalidade de Kali, ao mesmo tempo ele não deu nenhuma chance para os cidadãos serem influenciados pela personalidade de Kali. Verso 6 yasminn ahani yarhy eva No mesmo momento no qual a Pessoa Suprema, Senhor Sri Krishna, deixou esta Terra, a personalidade de Kali, que promove todos tipos de atividades irreligiosas, veio para este mundo. Iluminação de Srila Prabhupada: A Personalidade de Deus e Seu santo nome, qualidades, etc. são todos idênticos. A personalidade de Kali não era capaz de entrar na jurisdição da Terra devido à presença da Personalidade de Deus. E similarmente, se houver um arranjo para o cantar constante dos santos nomes, qualidades etc. da Suprema Personalidade de Deus, não há nenhuma chance de jeito nenhum para a personalidade de Kali entrar. Essa é a técnica para expulsar a personalidade de Kali do mundo. Na sociedade humana modernizada existem grandes avanços da ciência material, e inventaram o rádio para distribuir som no ar. Assim em vez de vibrar algum som incômodo para prazer sensual, se o estado organizar para distribuir som transcendental por ressoar o santo nome, fama e atividades do Senhor, como são autorizados no Bhagavad-gita ou Srimad Bhagavatam, então uma condição favorável será criada, os princípios da religião no mundo serão restabelecidos, e assim os chefes executivos, que são tão ansiosos para erradicar corrupção do mundo, serão bem sucedidos. Nada é mau se usado apropriadamente para o serviço do Senhor. Verso 7 nänudveñöi kalià samräö Maharaja Parikshit era um realista, igual as abelhas que só aceitam a essência (de uma flor). Ele sabia perfeitamente bem que nesta era de Kali, coisas auspiciosas produzem bons efeitos imediatamente, enquanto atos não auspiciosos devem ser executados realmente (para render efeitos). Assim ele nunca foi invejoso da personalidade de Kali. Iluminação de Srila Prabhupada: A era de Kali é chamada a era caída. Nesta era caída, porque os seres vivos estão numa situação difícil, o Supremo Senhor deu algumas facilidades especiais para eles. Assim pela vontade do Senhor, um ser vivo não se torna uma vítima de um ato pecaminoso até que o ato seja realmente executado. Em outras eras, simplesmente por pensar em executar um ato pecaminoso, a pessoa costumava se tornar vítima do ato. Ao contrário, um ser vivo nesta era é recompensado com os resultados de atos piedosos simplesmente por pensar neles. Maharaja Parikshit, por ser o rei mais versado e experiente pela graça do Senhor, não era desnecessariamente invejoso da personalidade de Kali porque ele não tinha intenção de dar a ele qualquer chance de executar qualquer ato pecaminoso. Ele protegeu seus súditos de caírem presas para os atos pecaminosos da era de Kali, e ao mesmo tempo ele deu facilidade plena para a era de Kali por atribuir-lhe alguns lugares particulares. No final do Srimad Bhagavatam é dito que mesmo apesar de todas atividades nefastas da personalidade de Kali estarem presentes, existe uma grande vantagem na era de Kali. Pode-se alcançar salvação simplesmente por cantar o santo nome do Senhor. Assim Maharaja Parikshit fez um empenho organizado para propagar o cantar do santo nome do Senhor, e assim elevar os cidadãos das garras de Kali. É somente por essa vantagem que grandes sábios às vezes desejam todo bem para a era de Kali. Nos Vedas é dito que pelo discurso das atividades do Senhor Krishna, pode-se livrar de todas desvantagens da era de Kali. No começo do Srimad Bhagavatam também é dito que pela recitação do Srimad Bhagavatam, o Supremo Senhor Se torna imediatamente preso dentro do seu coração. Essas são algumas das grandes vantagens da era de Kali, e Maharaja Parikshit aproveitou todas vantagens e não pensou nenhum mal sobre a era de Kali, fiel a seu culto Vaishnavite. Verso 8 kià nu bäleñu çüreëa Maharaja Parikshit considerou que pessoas menos inteligentes podem achar que a personalidade de Kali é muito poderosa, mas aquelas que são autocontroladas não têm nada a temer. O Rei era tão poderoso quanto um tigre e cuidou das pessoas tolas, desamparadas. Iluminação de Srila Prabhupada: Aqueles que não são devotos do Senhor são desamparados e pouco inteligentes. A menos que alguém seja completamente inteligente, não pode ser um devoto do Senhor. Aqueles que não são devotos do Senhor caem presa das ações de Kali. Não será possível trazer uma condição mais sensata na sociedade a menos que estejamos preparados para aceitar os modos de ação adotados por Maharaja Parikshit, isto é, propagação do serviço devocional do Senhor para a pessoa comum. Verso 9 upavarëitam etad vaù Ó sábios, como vocês me perguntaram, agora descrevi quase tudo a respeito das narrações sobre Krishna em conexão com a história do piedoso Maharaja Parikshit. Iluminação de Srila Prabhupada: Srimad Bhagavatam é a história das atividades do Senhor. E as atividades do Senhor são realizadas em relação com os devotos do Senhor. Por isso, a história dos devotos não é diferente da história das atividades do Senhor Krishna. Um devoto do Senhor considera tanto as atividades do Senhor quanto aquelas de Seus devotos puros num nível igual, porque são todas transcendentais. Verso 10 yä yäù kathä bhagavataù Aqueles que são desejosos de alcançar perfeição completa na vida devem ouvir submissamente todos tópicos que são conectados com as atividades e qualidades transcendentais da Personalidade de Deus, que age maravilhosamente. Iluminação de Srila Prabhupada: A audição sistemática das atividades, qualidades e nomes transcendentais do Senhor Sri Krishna empurra a pessoa na direção da vida eterna. Audição sistemática significa conhecê-Lo gradualmente em verdade e fato, e esse conhecê-Lo em verdade e fato significa alcance da vida eterna, como está afirmado no Bhagavad-gita. Essas atividades transcendentais, glorificadas do Senhor Sri Krishna são o remédio prescrito para neutralizar o processo de nascimento, morte, velhice e doença, as quais são consideradas recompensas materiais para os seres vivos condicionados. O auge de um estágio de perfeição desse é o objetivo da vida humana e o alcance da bem-aventurança transcendental. Verso 11 åñaya ücuù Os bons sábios disseram: Ó grave Suta Goswami! Que você viva muitos anos e tenha fama eterna, porque você fala muito bem sobre as atividades do Senhor Krishna, a Personalidade de Deus. Isso é justamente igual néctar para seres mortais como nós. Iluminação de Srila Prabhupada: Quando ouvimos sobre as qualidades e atividades transcendentais da Personalidade de Deus, podemos sempre lembrar o que foi falado pelo Senhor Ele mesmo no Bhagavad-gita (4.9). Seus atos, mesmo quando Ele age na sociedade humana, são todos transcendentais, porque todos são acentuados pela energia espiritual do Senhor, que é distinta da Sua energia material. Como está afirmado no Bhagavad-gita, tais atos são chamados divyam. Isso significa que Ele não age ou toma Seu nascimento igual um ser humano ordinário sob a custódia da energia material. Nem Seu corpo é material ou mutável igual seres vivos ordinários. E quem entende esse fato, tanto do Senhor quanto de outras fontes autorizadas, não renasce depois de deixar o presente corpo material. Uma alma assim iluminada é admitida no reino espiritual do Senhor e se dedica no serviço amoroso transcendental do Senhor. Por isso, quanto mais ouvimos sobre as atividades transcendentais do Senhor, como são afirmadas no Bhagavad-gita e Srimad Bhagavatam, mais poderemos saber sobre Sua natureza transcendental e assim fazer progresso definitivo no caminho de volta ao Supremo. Verso 12 karmaëy asminn anäçväse Nós acabamos de começar esta atividade lucrativa, um fogo de sacrifício, sem certeza no seu resultado devido a muitas imperfeições em nossa ação. Nossos corpos ficaram pretos pela fumaça, mas nós estamos satisfeitos realmente pelo néctar dos pés de lótus da Personalidade de Deus, Govinda, que você distribui. Iluminação de Srila Prabhupada: O fogo do sacrifício aceso pelos sábios de Naimisharanya era certamente cheio de fumaça e dúvidas por causa de muitas falhas demais. A primeira falha é que há uma escassez aguda de brahmanas especialistas para realizar essas atuações com sucesso nesta era de Kali. Qualquer discrepância nesses sacrifícios arruína o espetáculo inteiro, e o resultado é incerto, igual empreendimento agrícola. O bom resultado de lavrar o campo de arroz depende de chuvas providenciais, e por isso o resultado é incerto. Similarmente, realização de qualquer tipo de sacrifício nesta era de Kali também é incerto. Brahmanas inescrupulosos gananciosos da era de Kali induzem o público inocente para tais exibições de sacrifício incertos sem revelar a injunção da escritura que nesta era de Kali não existe nenhuma execução de sacrifício lucrativa além do sacrifício do canto coletivo do santo nome do Senhor. Suta Goswami narrava as atividades transcendentais do Senhor perante a congregação de sábios, e eles perceberam realmente o resultado de ouvir essas atividades transcendentais. Pode-se perceber isso praticamente, do mesmo modo que se pode perceber o resultado de comer comida. Realização espiritual atua desse modo. Os sábios de Naimisharanya eram sofredores praticamente pela fumaça de um fogo de sacrifício e estavam duvidosos sobre o resultado, mas por ouvir de uma pessoa realizada igual Suta Goswami, eles ficaram plenamente satisfeitos. No Brahma-vaivarta Purana, Vishnu diz para Shiva que na era de Kali, pessoas cheias de ansiedades de vários tipos podem trabalhar em vão em atividade lucrativa e especulações filosóficas, mas quando estão dedicadas no serviço devocional, o resultado é seguro e certo, e não existe perda de energia. Em outras palavras, nada executado para realização espiritual ou para benefício material pode sem bem sucedido sem o serviço devocional do Senhor. Verso 13 tulayäma lavenäpi O valor de um momento de associação com o devoto do Senhor não pode ser comparado mesmo com o alcance dos planetas celestiais ou liberação da matéria, e o que dizer de bênçãos mundanas na forma de prosperidade material, as quais são para aqueles que são destinados para morte. Iluminação de Srila Prabhupada: Quando existem alguns pontos similares, é possível comparar uma coisa com a outra. Não se pode comparar associação com um devoto puro com nada material. Humanos apegados a felicidade material aspiram alcançar os planetas celestiais tais quais a Lua, Vênus e Indraloka, e aqueles que são avançados em especulações filosóficas materiais aspiram pela liberação de todo cativeiro material. Quando alguém fica frustrado com todos tipos de avanço material, deseja o tipo oposto de liberação, chamado apunar-bhava, ou não renascimento. Mas os devotos puros do Senhor não aspiram por felicidade obtida no reino celestial, nem aspiram por liberação do cativeiro material. Em outras palavras, para os devotos puros do Senhor os prazeres materiais obteníveis nos planetas celestiais são iguais fantasmagoria, e porque já são liberados de todos conceitos materiais de prazer e sofrimento, são realmente liberados mesmo no mundo material. Isso significa que os devotos puros do mundo material estão dedicados numa existência transcendental, chamada no serviço amoroso do Senhor, tanto no mundo material quanto no mundo espiritual. Do mesmo modo que um servidor do governo é sempre o mesmo, tanto no serviço quanto em casa ou qualquer outro lugar, assim um devoto não tem nada a ver com nada material, porque está exclusivamente dedicado no serviço transcendental do Senhor. Porque ele não tem nada a ver com nada material, que prazer pode ele obter de bênçãos materiais tipo realeza ou outras soberanias, que acabam rapidamente com o fim do corpo? Serviço devocional é eterno; não tem fim, porque é espiritual. Por isso, porque as habilidades de um devoto puro são completamente diferentes das habilidades materiais, não há comparação entre as duas. Suta Goswami era um devoto puro do Senhor, e por isso sua associação com os rsis em Naimisharanya é única. No mundo material, associação com materialistas é verdadeiramente condenada. O materialista é chamado yosit-sangi, ou aquele que é muito apegado a enredamento material (mulheres e outra parafernália). Um apego desse é condenado porque leva embora as bênçãos da vida e prosperidade. E justamente o oposto é bhagavata-sangi, ou aquele que está sempre na associação do nome, forma, qualidades etc. do Senhor. Essa associação é sempre desejável; é adorável, louvável, e pode-se aceitá-la como o objetivo mais elevado da vida. Verso 14 ko näma tåpyed rasavit kathäyäà A Personalidade de Deus, Senhor Krishna (Govinda), é o abrigo exclusivo para todos grandiosos seres vivos, e Seus atributos transcendentais não podem ser mensurados mesmo por mestres dos poderes místicos tais quais Senhor Shiva e Senhor Brahma. Pode alguém que é perito em saborear néctar (rasa) alguma vez ficar plenamente saciado por ouvir tópicos sobre Ele? Iluminação de Srila Prabhupada: Senhor Shiva e Senhor Brahma são os dois semideuses principais. Eles são plenos de poderes místicos. Por exemplo, o Senhor Shiva bebeu um oceano de veneno do qual uma única gota era suficiente para matar um ser vivo ordinário. Similarmente, Brahma pôde criar muitos semideuses poderosos, inclusive o Senhor Shiva. Por isso eles são isvaras, ou senhores do universo. Mas não são o poderoso supremo. O poderoso supremo é Govinda, Senhor Krishna. Ele é a Transcendência, e Seus atributos transcendentais não podem ser medidos nem mesmo por esses poderosos isvaras tais quais Shiva e Brahma. Por isso o Senhor Krishna é o abrigo exclusivo dos maiores de todos seres vivos. Brahma é contado entre os seres vivos, mas ele é o maior de todos nós. E por que o maior de todos os seres vivos é tão apegado aos tópicos transcendentais do Senhor Krishna? Porque Ele é o reservatório de todo prazer. Todos querem saborear algum tipo de sabor em tudo, mas aquele que está dedicado no serviço amoroso transcendental do Senhor pode obter prazer ilimitado dessa dedicação. O Senhor é ilimitado, e Seu nome, atributos, passatempos, séquito, variedade etc. são ilimitados, e aqueles que os saboreiam podem fazer isso ilimitadamente e ainda assim não sentem saciedade. Esse fato é confirmado no Padma Purana: ramante yogino 'nante (Cc. Madhya 9.29) "Os místicos obtêm prazeres transcendentais ilimitados da Verdade Absoluta, e por isso a Verdade Absoluta Suprema, a Personalidade de Deus, também é conhecida como Rama". Não existe fim para tais discursos transcendentais. Nos casos mundanos existe a lei da saciedade, mas na transcendência não existe essa saciedade. Suta Goswami queria continuar os tópicos do Senhor Krishna perante os sábios de Naimisharanya, e os sábios também expressaram sua prontidão para ouvir dele continuamente. Porque o Senhor é transcendência e Seus atributos são transcendentais, esses discursos incrementam o humor receptivo da audiência purificada. Verso 15 tan no bhavän vai bhagavat-pradhäno Ó Suta Goswami, você é um devoto puro e versado do Senhor porque a Personalidade de Deus é seu objeto principal de serviço. Por isso faça o favor de descrever para nós os passatempos do Senhor, que estão acima de toda concepção material, porque estamos ansiosos para receber essas mensagens. Iluminação de Srila Prabhupada: O orador sobre as atividades transcendentais do Senhor deve ter somente um objeto de adoração e serviço, Senhor Krishna, a Suprema Personalidade de Deus. E a audiência desses tópicos deve estar ansiosa para ouvir sobre Ele. Quando uma combinação dessa é possível, a saber um orador qualificado e uma audiência qualificada, é então e ali muito agradável para continuar discursos sobre a Transcendência. Oradores profissionais e uma audiência absorta materialmente não podem obter benefício real desses discursos. Oradores profissionais fazem um espetáculo de Bhagavata-saptaha com o propósito de manutenção familiar, e a audiência disposta materialmente ouve tais discursos de Bhagavata-saptaha por algum benefício material, a saber religiosidade, fortuna, gratificação dos sentidos, ou liberação. Discursos do Bhagavatam assim não são purificados da contaminação das qualidades materiais. Porém os discursos entre os santos de Naimisharanya e Sri Suta Goswami estão no nível transcendental. Não há motivo para ganho material. Em discursos assim, prazer transcendental ilimitado é saboreado tanto pela audiência quanto pelo orador, e por isso podem continuar os tópicos por muitos milhares de anos. Agora Bhagavata-saptahas são conduzidos por apenas sete dias, e depois de acabar o show, tanto a audiência quanto o orador ficam engajados em atividades materiais como de costume. Eles podem fazer assim porque o orador não é bhagavat-pradhana e a audiência não é susrusatam, como explicado acima. Verso 16 sa vai mahä-bhägavataù parékñid Ó Suta Goswami, por favor descreva esses tópicos do Senhor pelos quais Maharaja Parikshit, cuja inteligência estava fixa na liberação, alcançou os pés de lótus do Senhor, que é o abrigo de Garuda, o rei dos pássaros. Esses tópicos foram vibrados pelo filho de Vyasa (Srila Shukadeva). Iluminação de Srila Prabhupada: Existe alguma controvérsia entre os estudantes no caminho da liberação. Esses estudantes transcendentais são conhecidos como impersonalistas e devotos do Senhor. O devoto do Senhor adora a forma transcendental do Senhor, enquanto os impersonalistas meditam na refulgência resplandecente, ou os raios corpóreos do Senhor, conhecidos como brahmajyoti. Aqui neste verso é dito que Maharaja Parikshit alcançou os pés de lótus do Senhor pelas instruções no conhecimento dadas pelo filho de Vyasadeva, Srila Shukadeva Goswami. Shukadeva Goswami também era um impersonalista no começo, como ele mesmo admitiu no Bhagavatam (2.1.9), porém mais tarde ele ficou atraído pelos passatempos transcendentais do Senhor e assim se tornou um devoto. Devotos assim com conhecimento perfeito são chamados maha-bhagavatas, ou devotos de primeira classe. Existem três classes de devotos, chamadas o prakrta, madhyama, e maha-bhagavata. O prakrta, ou devotos de terceira classe, são adoradores no templo sem conhecimento específico do Senhor e dos devotos do Senhor. O madhyama, ou o devoto de segunda classe, conhece o Senhor, os devotos do Senhor, os neófitos, e os não devotos também. Mas o maha-bhagavata, ou o devoto de primeira classe, vê tudo em relação com o Senhor e o Senhor presente na relação de todos. O maha-bhagavata, por isso, não faz nenhuma distinção, particularmente entre um devoto e não devoto. Maharaja Parikshit era um devoto maha-bhagavata assim porque ele foi iniciado por um devoto maha-bhagavata, Shukadeva Goswami. Ele foi igualmente amável, mesmo com a personalidade de Kali, e o que dizer de outros. Assim existem muitos casos nas histórias transcendentais do mundo de um impersonalista que mais tarde se tornou devoto. Mas um devoto nunca se tornou um impersonalista. Esse mesmo fato prova que nas etapas transcendentais, a etapa ocupada por um devoto é superior à etapa ocupada por um impersonalista. Também está dito no Bhagavad-gita (12.5) que pessoas empacadas na etapa impessoal se submetem a mais sofrimentos do que alcance da realidade. Por isso conhecimento transmitido por Shukadeva Goswami para Maharaja Parikshit o ajudou a obter o serviço do Senhor. E esse estágio de perfeição é chamado apavarga, o estágio perfeito da liberação. Conhecimento simples de liberação é conhecimento material. Liberdade real do cativeiro material se chama liberação, mas alcance do serviço transcendental do Senhor se chama o estágio perfeito de liberação. Esse estágio é obtido por conhecimento e renúncia, como nós já explicamos (Bhag. 1.2.12), e conhecimento perfeito, como transmitido por Srila Shukadeva Goswami, resulta na obtenção do serviço transcendental do Senhor. Verso 17 tan naù paraà puëyam asaàvåtärtham Por isso faça o favor de narrar para nós as narrações do Ilimitado, porque são purificantes e supremas. Foram faladas para Maharaja Parikshit, e são muito queridas para os devotos puros, que são cheios de bhakti-yoga. Iluminação de Srila Prabhupada: O que foi falado para Maharaja Parikshit e o que é muito querido para os devotos puros é Srimad Bhagavatam. Srimad Bhagavatam é principalmente cheio das narrações das atividades do Supremo Ilimitado, e por isso é a ciência de bhakti-yoga, ou o serviço devocional do Senhor. Por isso é para, ou supremo, porque embora seja enriquecido com todo conhecimento e religião, é enriquecido especialmente com o serviço devocional do Senhor. Verso 18 süta uväca Sri Suta Goswami disse: Ó Deus, embora nós nascêssemos numa casta mestiça, ainda assim fomos promovidos em direito de nascimento simplesmente por servir e seguir os grandiosos que são avançados em conhecimento. Mesmo por conversar com grandes almas assim, pode-se sem demora limpar-se de todas desqualificações resultantes de nascimentos inferiores. Iluminação de Srila Prabhupada: Suta Goswami não nasceu numa família brahmana. Ele nasceu numa família de casta mestiça, ou uma família baixa sem cultura. Mas por causa da associação mais elevada, igual Shukadeva Goswami e os grandes rsis de Naimisharanya, certamente a desqualificação do nascimento inferior foi lavada. O Senhor Sri Chaitanya Mahaprabhu seguiu esse princípio em prosseguimento dos costumes Védicos, e por Sua associação transcendental Ele elevou muitos com nascimento baixo, ou aqueles desqualificados por nascimento ou ação, para a status do serviço devocional e os estabeleceu na posição de acaryas, ou autoridades. Ele afirmou claramente que qualquer pessoa, quem quer que seja, seja um brahmana ou sudra por nascimento, ou um casado ou mendigo na ordem da sociedade, se for versada na ciência de Krishna, pode ser aceita como um acarya ou guru, um mestre espiritual. Suta Goswami aprendeu a ciência de Krishna de grandes rsis e autoridades tais quais Shukadeva e Vyasadeva e ele era tão qualificado que até mesmo os sábios de Naimisharanya queriam ouvir dele ansiosamente a ciência de Krishna na forma do Srimad Bhagavatam. Assim ele teve a associação em dobro das grandes almas por ouvir e pregar. Ciência transcendental, ou a ciência de Krishna, tem que ser aprendida das autoridades, e quando alguém prega a ciência, torna-se ainda mais qualificado. Assim Suta Goswami teve ambas vantagens, e por isso indubitavelmente ele estava completamente livre de todas desqualificações de nascimento baixo e agonias mentais. Este verso prova definitivamente que Srila Shukadeva Goswami não recusou ensinar Suta Goswami sobre a ciência transcendental nem os sábios de Naimisharanya recusaram ouvir lições dele por causa de seu nascimento inferior. Isso significa que milhares de anos atrás não havia barreira para aprender ou pregar a ciência transcendental por causa de nascimento inferior. A rigidez do suposto sistema de casta da sociedade Hindu se tornou proeminente somente cerca de cem anos e alguma coisa quando o número de dvija-bandhus, ou pessoas desqualificadas nas famílias de castas superiores, incrementou. O Senhor Sri Chaitanya reviveu o sistema Védico original, e Ele elevou Thakura Haridasa para a posição de namacarya, ou a autoridade em pregar as glórias do santo nome do Senhor, embora Sua Santidade Srila Haridasa Thakura estivesse satisfeito em aparecer numa família de Islâmicos. Assim é o poder de devotos puros do Senhor. A água do Ganges é aceita como pura, e pode-se ficar purificado depois de tomar banho nas águas do Ganges. Mas no que diz respeito aos grandes devotos do Senhor, eles podem purificar uma alma degradada mesmo por serem vistos pelo de nascimento baixo, o que dizer da associação. O Senhor Sri Chaitanya Mahaprabhu queria purificar a atmosfera inteira do mundo poluído por mandar pregadores qualificados por todo o mundo, e isso permanece com os indianos para assumirem essa tarefa cientificamente e assim fazer o melhor tipo de trabalho humanitário. As doenças mentais da geração presente são mais agudas do que as doenças corpóreas; é bem adequado e apropriado adotar a pregação do Srimad Bhagavatam por todo o mundo sem demora. Mahattamanam abhidhana também significa dicionário de grandes devotos, ou um livro cheio das palavras de grandes devotos. Um dicionário assim das palavras de grandes devotos e as do Senhor estão nos Vedas e literaturas aliadas, especificamente o Srimad Bhagavatam. Verso 19 kutaù punar gåëato näma tasya E o que dizer daqueles que estão sob a direção de grandes devotos, cantam o santo nome do Ilimitado, que tem potência ilimitada? A Personalidade de Deus, ilimitado em potência e transcendental por atributos, Se chama o ananta (Ilimitado). Iluminação de Srila Prabhupada: O dvija-bandhu, ou o menos inteligente, pessoa inculta nascida em castas altas, apresenta muitos argumentos contra as pessoas de casta baixa se tornarem brahmanas nesta vida. Eles argumentam que nascimento numa família de sudras ou mais baixa que sudras é tornado possível por causa dos atos pecaminosos prévios e que a pessoa então tem que completar os termos de desvantagens devido ao nascimento baixo. E para responder para esses falsos lógicos, Srimad Bhagavatam afirma que quem canta o santo nome do Senhor sob a direção de um devoto puro pode imediatamente se livrar das desvantagens devido a um nascimento de casta baixa. Um devoto puro do Senhor não comete nenhuma ofensa enquanto canta o santo nome do Senhor. Existem dez ofensas diferentes no cantar do santo nome do Senhor. Cantar o santo nome sob a direção de um devoto puro é cantar sem ofensas. Cantar sem ofensas o santo nome do Senhor é transcendental, e, por isso, um cantar assim pode purificar imediatamente a pessoa dos efeitos de todos tipos de pecados prévios. Esse cantar sem ofensa indica que a pessoa entendeu plenamente a natureza transcendental do santo nome e assim se rendeu ao Senhor. Transcendentalmente o santo nome do Senhor e o Senhor Ele mesmo são idênticos, são absolutos. O santo nome do Senhor é tão poderoso quanto o Senhor. O Senhor é a todo-poderosa Personalidade de Deus, e Ele tem nomes inumeráveis, os quais são todos não diferentes Dele e são igualmente poderosos também. Na última palavra do Bhagavad-gita o Senhor afirma que quem se rende plenamente a Ele está protegido de todos pecados pela graça do Senhor. Porque Seu nome e Ele mesmo são idênticos, o santo nome do Senhor pode proteger o devoto de todos efeitos de pecados. O cantar do santo nome do Senhor pode indubitavelmente liberar a pessoa das desvantagens de um nascimento de casta baixa. O poder ilimitado do Senhor é estendido mais e mais pela expansão ilimitada de devotos e encarnações, e assim cada devoto do Senhor e encarnações também podem ser igualmente carregados com a potência do Senhor. Porque o devoto é carregado com a potência do Senhor, mesmo fracionadamente, a desqualificação devido a nascimento baixo não pode impedir o caminho. Verso 20 etävatälaà nanu sücitena Agora foi verificado que Ele (Personalidade de Deus) é ilimitado e não existe ninguém igual a Ele. Conseqüentemente ninguém pode falar sobre Ele adequadamente. Grandes semideuses não podem obter o favor da deusa da fortuna mesmo com preces, porém essa mesma deusa presta serviço ao Senhor, mesmo embora Ele não deseje ter esse serviço. Iluminação de Srila Prabhupada: A Personalidade de Deus, ou o Parameshvara Parabrahman, de acordo com os srutis, não tem nada para fazer. Ele não tem igual. Nem ninguém O supera. Ele possui potências ilimitadas, e Sua própria ação é realizada sistematicamente em Seus modos naturais e perfeitos. Assim a Suprema Personalidade de Deus é plena em Si mesmo, e Ele não tem nada para aceitar de ninguém mais, inclusive os grandes semideuses tais quais Brahma. Outros pedem o favor da deusa da fortuna, e apesar de tais preces ela declina em conceder tais favores. Porém mesmo assim ela presta serviço para a Suprema Personalidade de Deus, embora Ele não tenha nada para aceitar dela. A Personalidade de Deus em Seu aspecto Garbhodakashayi Vishnu gera Brahma, a primeira pessoa criada no mundo material, do caule de lótus de Seu umbigo e não no ventre da deusa da fortuna, que está eternamente dedicada no Seu serviço. Esses são alguns exemplos da Sua independência completa e perfeição. Que Ele não tem nada para fazer não significa que Ele seja impessoal. Ele é transcendentalmente tão cheio de potências inconcebíveis que simplesmente por Seu desejo, tudo é feito sem esforço físico ou pessoal. Ele é chamado, por isso, Yogeshvara, ou o Senhor de todos poderes místicos. Verso 21 athäpi yat-päda-nakhävasåñöaà Quem pode ser digno do nome do Supremo Senhor além da Personalidade de Deus Senhor Krishna? Brahmaji coletou a água que emana das unhas de Seus pés a fim de concedê-la para o Senhor Shiva como boas-vindas de adoração. Essa mesma água (o Ganges) purifica o universo inteiro, inclusive o Senhor Shiva. Iluminação de Srila Prabhupada: O conceito de muitos deuses nas literaturas Védicas pelos ignorantes é completamente errado. O Senhor é único sem um segundo, mas Ele Se expande em muitas formas, e isso é confirmado nos Vedas. Essas expansões do Senhor são ilimitadas, porém algumas delas são seres vivos. Os seres vivos não são tão poderosos quanto as expansões plenárias do Senhor, e por isso existem dois tipos diferentes de expansões. O Senhor Brahma é geralmente um dos seres vivos, e o Senhor Shiva é a via meio entre o Senhor e os seres vivos. Em outras palavras, mesmo semideuses tais quais Senhor Brahma e Senhor Shiva, que são os principais entre os semideuses, nunca são iguais ou maiores do que o Senhor Vishnu, a Suprema Personalidade de Deus. A deusa da fortuna, Lakshmi, e semideuses todo-poderosos tais quais Brahma e Shiva estão dedicados na adoração de Vishnu ou Senhor Krishna; por isso quem pode ser mais poderoso do que Mukunda (Senhor Krishna) para ser realmente chamado de Suprema Personalidade de Deus? A deusa da fortuna, Lakshmiji, Senhor Brahma e Senhor Shiva não são poderosos independentemente; eles são poderosos como expansões do Supremo Senhor, e todos eles estão dedicados no serviço amoroso transcendental do Senhor, e assim também são os seres vivos. Existem quatro escolas filosóficas de devotos adoráveis do Senhor, e as principais entre elas são a Brahma-sampradaya, Rudra-sampradaya e Sri-sampradaya, que descendem diretamente do Senhor Brahma, Senhor Shiva e a deusa da fortuna, Lakshmi, respectivamente. Além das três sampradayas mencionadas acima, existe a Kumara-sampradaya, que descende de Sanat-kumara. Todas as quatro sampradayas originais ainda se dedicam escrupulosamente no serviço amoroso transcendental do Senhor até a data de hoje, todas elas declaram que o Senhor Krishna, Mukunda, é a Suprema Personalidade de Deus, e nenhuma outra personalidade é igual a Ele ou superior a Ele. Verso 22 yatränuraktäù sahasaiva dhérä Pessoas autocontroladas que são apegadas ao Supremo Senhor Sri Krishna podem de repente deixar o mundo de apego material, inclusive o corpo grosseiro e mente sutil, e ir embora para obter a perfeição mais elevada da ordem de vida renunciada, pela qual não violência e renúncia são conseqüentes. Iluminação de Srila Prabhupada: Somente os autocontrolados podem gradualmente ficar apegados à Suprema Personalidade de Deus. Autocontrole significa não se entregar a prazer sensual mais do que o necessário. E aqueles que não são autocontrolados são entregues a prazer sensual. Especulação filosófica seca é um prazer sensual sutil da mente. Prazer sensual conduz a pessoa para o caminho da escuridão. Aqueles que são autocontrolados podem fazer progresso no caminho da liberação da vida condicionada da existência material. Os Vedas, por isso, ordenam que a pessoa não deve ir pelo caminho da escuridão mas deve fazer uma marcha progressiva em direção ao caminho da luz ou liberação. Autocontrole é conquistado realmente não por parar artificialmente os sentidos do prazer material, mas por se tornar realmente apegado ao Supremo Senhor por dedicar seus sentidos imaculados no serviço transcendental do Senhor. Os sentidos não podem ser refreados à força, mas pode-se dar a eles ocupação apropriada. Sentidos purificados, por isso, estão sempre dedicados no serviço transcendental do Senhor. Esse estágio de perfeição do prazer material se chama bhakti-yoga. Assim aqueles que são apegados aos meios de bhakti-yoga são realmente autocontrolados e podem de repente deixar seu apego ao lar ou corpóreo para o serviço do Senhor. Isso é chamado do estágio paramahamsa. Hamsas, ou cisnes, aceitam somente o leite de uma mistura de leite com água. Similarmente, aqueles que aceitam o serviço do Senhor em vez do serviço de maya são chamados paramahamsas. Eles são naturalmente qualificados com todos os bons atributos, tais quais ausência de orgulho, liberdade da vaidade, não violência, tolerância, simplicidade, respeitabilidade, adoração, devoção e sinceridade. Todas essas qualidades divinas existem no devoto do Senhor espontaneamente. Tais paramahamsas, que são completamente entregues para o serviço do Senhor, são muito raros. São muito raros mesmo entre as almas liberadas. Não violência real significa livre da inveja. Neste mundo todos são invejosos de seu companheiro semelhante. Mas um paramahamsa perfeito, por ser completamente entregue ao serviço do Senhor, é perfeitamente não invejoso. Ele ama cada ser vivo em relação com o Supremo Senhor. Renúncia real significa dependência perfeita de Deus. Cada ser vivo é dependente de alguém mais porque é feito assim. Na realidade todos são dependentes da misericórdia do Supremo Senhor, mas quando esquece sua relação com o Senhor, torna-se dependente das condições da natureza material. Renúncia significa renunciar a própria dependência das condições da natureza material e assim se tornar completamente dependente da misericórdia do Senhor. Independência real significa fé completa na misericórdia do Senhor sem dependência das condições da matéria. Esse estágio paramahamsa é o estágio de perfeição mais elevado em bhakti-yoga, o processo do serviço devocional para o Supremo Senhor. Verso 23 ahaà hi påñöo 'ryamaëo bhavadbhir Ó rsis, que são poderosamente puros quanto o Sol, eu tentarei descrever para vocês os passatempos transcendentais de Vishnu tanto quanto meu conhecimento é concernido. Do mesmo modo que os pássaros voam no céu de acordo com que sua capacidade permite, assim fazem os devotos versados descreverem o Senhor tanto quanto sua realização permite. Iluminação de Srila Prabhupada: A Verdade Absoluta Suprema é ilimitada. Nenhum ser vivo pode saber sobre o ilimitado com sua capacidade limitada. O Senhor é impessoal, pessoal e localizado. Pelo Seu aspecto impessoal Ele é o Brahman todo-penetrante, pelo Seu aspecto localizado Ele está presente no coração de todos como a Alma Suprema, e pelo Seu aspecto pessoal último Ele é o objeto do serviço amoroso transcendental por Seus associados afortunados os devotos puros. Os passatempos do Senhor em diferentes aspectos somente podem ser estimados parcialmente pelos grandes devotos versados. Por isso Srila Suta Goswami com razão adotou essa posição na descrição dos passatempos do Senhor tanto quanto ele realizou. Na realidade só o Senhor Ele mesmo pode descrever Ele próprio, e Seu devoto versado também pode descrevê-Lo tanto quanto o Senhor dá a ele o poder da descrição. Versos 24 e 25 ekadä dhanur udyamya jaläçayam acakñäëaù Era uma vez Maharaja Parikshit, enquanto engajado em caçar na floresta com arco e flechas, ficou extremamente fatigado, faminto e sedento quando perseguia os veados. Enquanto procurava um reservatório de água, ele entrou no eremitério do célebre Shamika Rishi e viu o sábio sentado silenciosamente com olhos fechados. Iluminação de Srila Prabhupada: O Supremo Senhor é tão bondoso com Seus devotos puros que na hora certa Ele chama esses devotos até Ele e assim cria uma circunstância auspiciosa para o devoto. Maharaja Parikshit era um devoto puro do Senhor, e não havia nenhuma razão para ele ficar extremamente fatigado, faminto e sedento porque um devoto do Senhor nunca fica perturbado por essas demandas corpóreas. Mas pelo desejo do Senhor, mesmo um devoto assim pode ficar aparentemente fatigado e sedento justamente para criar uma situação favorável para sua renúncia das atividades mundanas. A pessoa tem que abandonar todo apego por relações mundanas antes que seja capaz de ir de volta ao Supremo, e por isso quando um devoto é demasiadamente absorto em relações mundanas, o Senhor cria uma situação para causar indiferença. O Supremo Senhor nunca esquece Seu devoto puro, mesmo embora ele possa estar engajado em supostos assuntos mundanos. Às vezes Ele cria uma situação complicada, e o devoto se torna obrigado a renunciar todos assuntos mundanos. O devoto pode entender pelo sinal do Senhor, porém outros consideram isso como desfavorável e frustrante. Maharaja Parikshit estava para se tornar o meio para a revelação do Srimad Bhagavatam pelo Senhor Sri Krishna, igual seu avô Arjuna foi o meio para o Bhagavad-gita. Se Arjuna não tivesse sido pego por uma ilusão de afeição familiar pela vontade do Senhor, o Bhagavad-gita não teria sido falado pelo Senhor Ele mesmo para o bem de todos concernidos. Similarmente, se Maharaja Parikshit não tivesse ficado fatigado, faminto e sedento dessa vez, Srimad Bhagavatam não teria sido falado por Srila Shukadeva Goswami, a autoridade primordial do Srimad Bhagavatam. Por isso isto é um prelúdio das circunstâncias sob as quais Srimad Bhagavatam foi falado para o benefício de todos concernidos. O prelúdio, por isso, começa com as palavras "era uma vez". Verso 26 pratiruddhendriya-präëa- Os órgãos dos sentidos do muni, mente e inteligência estavam todos restringidos das atividades materiais, e ele estava situado num transe à parte dos três (vigília, sonho e inconsciência), pois alcançou uma posição transcendental qualitativamente igual com o Absoluto Supremo. Iluminação de Srila Prabhupada: Parece que o muni, em cujo eremitério o Rei entrou, estava em transe de yoga. A posição transcendental é obtida por três processos, chamados o processo de jñana, ou conhecimento teórico da transcendência, o processo de yoga, ou realização real de transe pela manipulação das funções fisiológicas e psicológicas do corpo, e o processo mais aprovado de bhakti-yoga, ou a ocupação dos sentidos no serviço devocional do Senhor. No Bhagavad-gita também nós temos a informação do desenvolvimento gradual da percepção da matéria para um ser vivo. Nossa mente e corpo materiais desenvolvem do ser vivo, a alma, e ao ser influenciado pelas três qualidades da matéria, esquecemos nossa identidade real. O processo jñana especula teoricamente sobre a realidade da alma. Porém bhakti-yoga realmente dedica a alma espiritual em atividades. A percepção da matéria é transcendida para estados mais sutis dos sentidos. Os sentidos são transcendidos para a mente sutil, e então para atividades respiratórias e gradualmente para inteligência. Além da inteligência, a alma viva é realizada pelas atividades mecânicas do sistema de yoga, ou prática de meditação com restringimento dos sentidos, regulagem do sistema de respiração e aplicar inteligência para se elevar para a posição transcendental. Esse transe pára todas atividades materiais do corpo. O Rei viu o muni naquela posição. Ele também viu o muni como se segue. Verso 27 viprakérëa-jaöäcchannaà O sábio, em meditação, estava coberto pela pele dum veado, e cabelos longos, comprimidos estavam espalhados por todo o corpo dele. O Rei, cujo palato estava seco por causa da sede, pediu água a ele. Iluminação de Srila Prabhupada: O Rei, sedento, pediu água para o sábio. O fato de um grande devoto e rei como ele pedir água para um sábio absorto em transe foi certamente providencial. De outro modo não haveria nenhuma chance de um acontecimento único desse. Maharaja Parikshit foi assim colocado numa posição complicada para que gradualmente Srimad Bhagavatam pudesse ser revelado. Verso 28 alabdha-tåëa-bhümy-ädir O Rei, não recebido e sem quaisquer boas-vindas formais tais quais oferecer um assento, lugar, água e palavras doces, considerou-se negligenciado, e assim pensando ele ficou irritado. Iluminação de Srila Prabhupada: A lei de recepção nos códigos dos princípios Védicos afirma que mesmo se um inimigo for recebido em casa, deve ser recebido com todos respeitos. Não se deve dar a ele a chance de entender que veio para dentro da casa de um inimigo. Quando o Senhor Krishna, acompanhado por Arjuna e Bhima, Se aproximou de Jarasandha em Magadha, os inimigos respeitáveis receberam uma recepção real do Rei Jarasandha. O inimigo visitante, chamado Bhima, lutaria com Jarasandha, e mesmo assim a eles foi dada uma grande recepção. À noite eles costumavam sentar juntos como amigos e visitantes, e durante o dia costumavam lutar, com risco da vida e morte. Assim era a lei de recepção. A lei de recepção ordena que uma pessoa pobre, que não tem nada para oferecer ao seu visitante, deve ser boa o suficiente para oferecer um assento de esteira de palha, um copo de água para beber e algumas palavras agradáveis. Por isso, para receber um visitante, tanto amigo quanto inimigo, não tem nenhuma despesa. É só uma questão de boas maneiras. Quando Maharaja Parikshit entrou pela porta de Shamika Rishi, ele não esperava uma recepção real pelo rsi porque ele sabia que santos e rsis não são pessoas materialmente ricas. Mas ele nunca esperava que um assento de esteira, um copo de água e algumas palavras agradáveis lhe seriam negadas. Ele não era um visitante ordinário, nem era um inimigo do rsi, e por isso a recepção fria pelo rsi espantou o Rei grandemente. De fato, o Rei estava certo de ficar espantado com o rsi quando ele precisava de um copo de água muitíssimo mal. Ficar nervoso numa situação grave dessa não foi desnatural para o Rei, mas porque o Rei era ele mesmo não menos do que um grande santo, ele ficar nervoso e tomar atitude foi surpreendente. Por isso deve-se aceitar que isso foi ordenado pela vontade suprema do Senhor. O Rei era um grande devoto do Senhor, e o santo também era tão bom quanto o Rei. Porém pela vontade do Senhor, as circunstâncias foram criadas assim para se tornarem meios para o Rei ficar desapegado da conexão familiar e atividades governamentais e assim se tornar uma alma rendida completamente aos pés de lótus do Senhor Krishna. O Senhor misericordioso crias essas situações complicadas para seus devotos puros a fim de arrastá-los para Ele mesmo para fora do atoleiro da existência material. Mas aparentemente as situações parecem ser frustrantes para os devotos. Os devotos do Senhor estão sempre sob a proteção do Senhor, e em qualquer condição, frustração ou sucesso, o Senhor é o guia supremo para os devotos. Os devotos puros, por isso, aceitam todas condições de frustração como bênçãos do Senhor. Verso 29 abhüta-pürvaù sahasä Ó brahmanas, a raiva e inveja do Rei, dirigida em direção ao brahmana sábio, eram sem precedentes, pois foram essas circunstâncias que o deixaram faminto e sedento. Iluminação de Srila Prabhupada: Para um Rei igual Maharaja Parikshit ficar bravo e invejoso, especialmente com um sábio e brahmana, era indubitavelmente sem precedentes. O Rei sabia muito bem que brahmanas, sábios, crianças, mulheres e idosos estão sempre além da jurisdição de punição. Similarmente, o rei, mesmo embora ele cometa um grande erro, nunca deve ser considerado um infrator. Mas nesse caso, Maharaja Parikshit ficou bravo e invejoso com o sábio devido à sua sede e fome, pela vontade do Senhor. O Rei estava certo em punir seu súdito por recebê-lo friamente ou negligenciá-lo, mas porque o culpado era um sábio e um brahmana, foi sem precedentes. Do mesmo modo que o Senhor nunca tem inveja de ninguém, assim também o devoto do Senhor nunca tem inveja de ninguém. A única justificativa para o comportamento de Maharaja Parikshit é que foi ordenado pelo Senhor. Verso 30 sa tu brahma-åñer aàse Enquanto saía, o Rei, assim tão insultado, pegou uma serpente sem vida com seu arco e irritado a colocou no ombro do sábio. Então retornou a seu palácio. Iluminação de Srila Prabhupada: O Rei então tratou o sábio olho por olho, embora ele nunca foi acostumado com tais ações estúpidas. Pela vontade do Senhor, o Rei, enquanto ia embora, encontrou uma serpente morta em sua frente, e pensou que o sábio, que o recebeu friamente, devia assim ser recompensado friamente com um colar de serpente morta. No curso ordinário da lida, isso não era muito desnatural, mas no caso do tratamento de Maharaja Parikshit com o sábio brahmana, isso foi certamente sem precedentes. Aconteceu assim pela vontade do Senhor. Verso 31 eña kià nibhåtäçeña- Ao retornar, ele começou a contemplar e argumentar dentro de si mesmo se o sábio estava realmente em meditação, com sentidos concentrados e olhos fechados, ou se ele justamente fingia estar em transe justamente para evitar receber um ksatriya inferior. Iluminação de Srila Prabhupada: O Rei, por ser um devoto do Senhor, não aprovou sua própria ação, e assim ele começou a refletir se o sábio estava realmente em transe ou justamente só fingia a fim de evitar receber o Rei, que era um ksatriya e por isso mais baixo na classificação. Arrependimento vem para dentro da mente de uma boa alma logo que comete algo errado. Srila Visvanatha Chakravarti Thakura e Srila Jiva Goswami não acreditam que a ação do Rei foi por causa de seus malfeitos passados. O arranjo foi feito assim pelo Senhor justamente para chamar o Rei de volta ao lar, de volta ao Supremo. De acordo com Srila Visvanatha Chakravarti Thakura, o plano foi feito pela vontade do Senhor, e pela vontade do Senhor a situação de frustração foi criada. O plano era que por causa de seu suposto malfeito o Rei pudesse ser amaldiçoado por um menino brahmana inexperiente pela influência de Kali, e assim o Rei poderia deixar seu lar e casa para sempre. Suas conexões com Srila Shukadeva Goswami possibilitariam a apresentação do grandioso Srimad Bhagavatam, que é considerado como a encarnação como livro do Senhor. Essa encarnação de livro do Senhor dá informação mais fascinante dos passatempos transcendentais do Senhor, tais quais Sua rasa-lila com as donzelas pastoras de vacas de Vrajabhumi. Esse passatempo específico do Senhor tem um significado especial porque qualquer um que aprende apropriadamente sobre esse passatempo particular do Senhor certamente ficará dissuadido do desejo sexual mundano e será colocado no caminho do serviço devocional sublime do Senhor. A frustração mundana do devoto puro é destinada a elevar o devoto para uma posição transcendental superior. Por colocar Arjuna e os Pandavas em frustração devido à intriga de seus primos irmãos, o prelúdio da Batalha de Kurukshetra foi criado pelo Senhor. Isso foi para encarnar a representação sonora do Senhor, Bhagavad-gita. Assim por colocar o Rei Parikshit em uma posição complicada, a encarnação do Srimad Bhagavatam foi criada pelo Senhor. Ficar aflito por fome e sede foi só um show, porque o Rei era muito resistente, mesmo no ventre de sua mãe. Ele nunca ficou perturbado pelo calor escaldante da brahmastra lançada por Asvatthama. A condição de aflição do Rei foi certamente sem precedente. Os devotos tais quais Maharaja Parikshit são poderosos o bastante para tolerar tais aflições, pela vontade do Senhor, e nunca ficam perturbados. A situação, neste caso, foi dessa forma planejada pelo Senhor. Verso 32 tasya putro 'titejasvé O sábio tinha um filho que era muito poderoso, por ser filho de um brahmana. Enquanto brincava com meninos inexperientes, ele ouviu sobre a angústia do seu pai, que foi ocasionada pelo Rei. Então e ali o menino falou como se segue. Iluminação de Srila Prabhupada: Por causa do bom governo de Maharaja Parikshit, mesmo um menino de tenra idade, que brincava com outros meninos inexperientes, podia se tornar tão poderoso quanto um brahmana qualificado. Esse menino era conhecido como Shringi, e ele obteve bom treinamento em brahmacarya por seu pai por isso que ele podia ser tão poderoso quanto um brahmana, mesmo naquela idade. Mas porque a era de Kali procurava uma oportunidade para estragar a herança cultural das quatro ordens de vida, o menino inexperiente deu uma chance para a era de Kali entrar no campo da cultura Védica. Ódio das ordens de vida mais baixas começou com esse menino brahmana, sob a influência de Kali, e por isso vida cultural começou a diminuir dia após dia. A primeira vítima de injustiça brahmana foi Maharaja Parikshit, e assim a proteção dada pelo Rei contra o ataque de Kali foi enfraquecida. Verso 33 aho adharmaù pälänäà (O filho do brahmana, Shringi, disse:) Ó vejam só os pecados dos governantes que, iguais corvos e cães de guarda na porta, perpetram pecados contra seus mestres, contrários aos princípios de servidores do governo. Iluminação de Srila Prabhupada: Os brahmanas são considerados como a cabeça e cérebro do corpo social, e os ksatriyas são considerados como os braços do corpo social. Os braços são necessários para proteger o corpo de todo dano, mas os braços precisam agir de acordo com as instruções da cabeça e cérebro. Isso é um arranjo natural feito pela ordem suprema, porque é confirmado no Bhagavad-gita que quatro ordens ou castas sociais, chamadas os brahmanas, os ksatriyas, os vaisyas e os sudras, são estabelecidas de acordo com qualidade e trabalho feito por elas. Naturalmente o filho de um brahmana tem uma boa chance de se tornar um brahmana pela instrução de seu pai qualificado, do mesmo modo que o filho de um praticante médico tem uma boa chance de se tornar um praticante médico qualificado. Assim o sistema de casta é bem científico. O filho precisa aproveitar a vantagem da qualificação do pai e assim se tornar um brahmana ou praticante médico, e não de outra forma. Sem ser qualificado, ninguém pode se tornar um brahmana ou praticante médico, e esse é o veredito de todas escrituras e ordens sociais. Aqui Shringi, um filho qualificado de um grande brahmana, alcançou o poder brahmana requerido tanto por nascimento quanto por treinamento, mas ele carecia em cultura porque era um menino inexperiente. Pela influência de Kali, o filho de um brahmana ficou envaidecido com poder brahmana e por isso erroneamente comparou Maharaja Parikshit com corvos e cães de guarda. O Rei é com certeza o cão de guarda do estado no sentido que ele mantém olhos vigilantes sobre a fronteira do estado para sua proteção e defesa, porém chamá-lo de cão de guarda é o sinal de um menino sem cultura. Assim a queda dos poderes brahmanas começou quando deram importância a direito de nascimento sem cultura. A queda da casta brahmana começou na era de Kali. E porque brahmanas são as cabeças da ordem social, todas outras ordens da sociedade também começaram a deteriorar. Esse começo da deterioração brahmana foi altamente deplorada pelo pai de Shringi, como veremos. Verso 34 brähmaëaiù kñatra-bandhur hi Os descendentes das ordens reais são definitivamente designados como cães de guarda, e têm que se manter na porta. Com base em que fundamentos cães podem entrar dentro da casa e reivindicar jantar com o mestre no mesmo prato? Iluminação de Srila Prabhupada: O brahmana inexperiente certamente sabia que o Rei pediu água para seu pai e o pai não respondeu. Ele tentou explicar a inospitalidade de seu pai de uma maneira impertinente digna de um menino inculto. Ele não ficou nem um pouco sentido pelo Rei não ter sido recebido. Ao contrário, ele justificou o ato errado de uma forma característica dos brahmanas de Kali-yuga. Ele comparou o Rei a um cão de guarda, e por isso foi errado o Rei ter entrado na casa do brahmana e pedir água do mesmo pote. O cão é certamente criado pelo seu dono, mas isso não significa que o cão pode reivindicar jantar e beber do mesmo pote. Essa mentalidade de falso prestígio é a causa da queda da ordem social perfeita, e podemos ver que no começo foi iniciada pelo filho inexperiente de um brahmana. Do mesmo modo que um cão nunca tem permissão para entrar dentro do quarto e lareira, embora seja criado por seu dono, similarmente, de acordo com Shringi, o Rei não tinha direito de entrar na casa de Shamika Rishi. De acordo com a opinião do menino, o Rei estava do lado errado e não seu pai, assim ele justificou seu pai silencioso.
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