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Todas as Glórias a Sri Guru e Sri Gauranga (Original Sem "correções") -.- Primeiro Canto - "Criação" Capítulo Treze - Dhritarastra Deixa o Lar -.- |
Capítulo Treze Dhritarastra Deixa o Lar Verso 1 süta uväca Sri Suta Goswami disse: Enquanto viajava numa peregrinação, Vidura recebeu conhecimento sobre a destinação do eu do grande sábio Maitreya e depois retornou para Hastinapura. Ele se tornou tão bem versado no assunto do modo como desejou. Iluminação de Srila Prabhupada: Vidura: Uma das figuras proeminentes na história do Mahabharata. Ele foi concebido por Vyasadeva no ventre de uma criada de Ambika, mãe de Maharaja Pandu. Ele é a encarnação de Yamaraja. Amaldiçoado por Manduka Muni, ele teve que se tornar um sudra. A história é narrada como se segue. Certa vez a polícia estadual capturou alguns ladrões que se esconderam no eremitério de Manduka Muni. Os agentes da polícia, como sempre, prenderam todos ladrões e Manduka Muni junto com eles. O magistrado especificamente puniu o muni para morte por ser perfurado com uma lança. Quando ele já estava para ser perfurado, a notícia chegou até o rei, e ele imediatamente parou o ato em consideração por ele ser um grande muni. O rei pessoalmente implorou o perdão do muni pelo erro de seus homens, e o santo imediatamente foi até Yamaraja, que prescreve o destino dos seres vivos. Yamaraja, depois de questionado pelo muni, respondeu que o muni em sua infância perfurou uma formiga com uma palha afiada, e por isso ele foi posto em dificuldade. O muni considerou isso insensato por parte de Yamaraja que ele foi punido por sua inocência infantil, e por isso o muni amaldiçoou Yamaraja a se tornar um sudra, e essa encarnação sudra de Yamaraja ficou conhecida como Vidura, o irmão sudra de Dhritarastra e Maharaja Pandu. Mas esse filho sudra da dinastia Kuru foi igualmente tratado por Bhismadeva, junto com seus outros primos, e no devido curso Vidura casou com uma moça que também nasceu no ventre de uma sudrani por um brahmana. Embora Vidura não herdou a propriedade de seu pai (o irmão de Bhismadeva), mesmo assim a ele foi dada propriedade do estado suficiente por Dhritarastra, o irmão mais velho de Vidura. Vidura era muito apegado a seu irmão mais velho, e o tempo todo tentou guiá-lo no caminho certo. Durante a guerra fratricida de Kurukshetra, Vidura repetidamente implorou para seu irmão mais velho fazer justiça para os filhos de Pandu, mas Duryodhana não gostava dessa interferência do seu tio, e assim ele praticamente insultou Vidura. Isso resultou em Vidura deixar o lar para peregrinação e receber instruções de Maitreya. Verso 2 yävataù kåtavän praçnän Depois de perguntar várias questões e se tornar estabelecido no serviço amoroso transcendental do Senhor Krishna, Vidura se retirou de fazer perguntas para Maitreya Muni. Iluminação de Srila Prabhupada: Vidura se retirou de fazer perguntas para Maitreya Muni quando ficou convencido por Maitreya Rishi que o summum bonum da vida é estar finalmente situado no serviço amoroso transcendental do Senhor Sri Krishna, que é Govinda, ou aquele que satisfaz seus devotos em todos aspectos. A alma condicionada, o ser vivo na existência material, procura felicidade por empregar seus sentidos nos modos do materialismo, mas isso não pode dar a ele satisfação. Ele então procura pela Verdade Suprema pelo método filosófico especulativo empírico e malabarismos intelectuais. Mas se não encontrar o objetivo último, ele novamente cai para baixo nas atividades materiais e se engaja em vários trabalhos filantrópicos e altruístas, os quais todos falham em dar a ele satisfação. Assim nem atividades lucrativas nem especulação filosófica seca podem dar satisfação para alguém porque por natureza todo ser vivo é o servidor eterno do Supremo Senhor Sri Krishna, e todas as literaturas Védicas dão a ele direção com o objetivo para esse fim último. O Bhagavad-gita (15.15) confirma essa afirmação. Igual Vidura, uma alma condicionada inquisitiva deve se aproximar de um mestre espiritual fidedigno igual Maitreya e com perguntas inteligentes deve tentar conhecer tudo sobre karma (atividades lucrativas), jñana (pesquisa filosófica pela Verdade Suprema) e yoga (o processo de ligação da realização espiritual). Aquele que não é inclinado seriamente em fazer perguntas para um mestre espiritual não precisa adaptar um mestre espiritual de amostra grátis, nem deve alguém que possa ser um mestre espiritual para outros se pose como fosse assim se ele for incapaz de engajar seu discípulo ultimamente no serviço amoroso transcendental do Senhor Sri Krishna. Vidura foi bem sucedido em se aproximar de um mestre espiritual tal qual Maitreya, e ele obteve o objetivo último da vida: bhakti para Govinda. Assim não havia mais nada para ser conhecido além do progresso espiritual. Versos 3-4 taà bandhum ägataà dåñövä Quando viram que Vidura retornou para o palácio, todos os habitantes - Maharaja Yudhisthira, seus irmãos mais novos, Dhritarastra, Satyaki, Sanjaya, Kripacharya, Kunti, Gandhari, Draupadi, Subhadra, Uttara, Kripi, e muitas outras esposas dos Kauravas, e outras damas com crianças - todos correram para ele em grande alegria. Parecia que eles tinham recobrado a consciência depois de um longo período. Iluminação de Srila Prabhupada: Gandhari: A dama casta ideal na história do mundo. Ela era filha de Maharaja Subala, o rei de Gandhara (agora Kandahar em Kabul), e no seu estado de donzela ela adorou o Senhor Shiva. O Senhor Shiva é geralmente adorado por donzelas Hindus para obterem um bom esposo. Gandhari satisfez o Senhor Shiva, e pela bênção dele para obter cem filhos, ela foi concedida em noivado para Dhritarastra, embora ele fosse cego para sempre. Quando Gandhari veio a saber que seu futuro esposo era um homem cego, para seguir seu companheiro de vida ela decidiu se tornar cega voluntariamente. Assim ela cobriu seus olhos com várias faixas de seda amarradas, e foi casada com Dhritarastra sob a guia de seu irmão mais velho Shakuni. Ela era a moça mais bonita do seu tempo, e era igualmente qualificada por suas qualidades femininas, que encantavam cada membro da corte Kaurava. Mas apesar de todas suas boas qualidades, ela tinha as fragilidades naturais de uma mulher, e ela tinha inveja de Kunti quando esta última deu à luz uma criança do sexo masculino. Ambas rainhas estavam grávidas, mas Kunti deu à luz primeiro uma criança masculina. Assim Gandhari ficou furiosa e deu um golpe no seu próprio abdômen. Em resultado, ela deu à luz uma massa de carne somente, mas porque ela era uma devota de Vyasadeva, pela instrução de Vyasadeva o pedaço de carne foi dividido em cem partes, e cada parte gradualmente se desenvolveu para se tornar uma criança masculina. Assim sua ambição para se tornar a mãe de cem filhos foi satisfeita, e ela começou a nutrir todas as crianças de acordo com sua posição exaltada. Quando a intriga da Batalha de Kurukshetra estava em andamento, ela não era a favor de lutar contra os Pandavas, em vez disso, ela culpou Dhritarastra, seu esposo, por uma guerra tão fratricida assim. Ela desejava que o estado fosse divido em duas partes, para os filhos de Pandu e seus próprios. Ela ficou muito abalada quando todos seus filhos morreram na Batalha de Kurukshetra, e ela quis amaldiçoar Bhimasena e Yudhisthira, mas foi impedida por Vyasadeva. Seu pranto por causa da morte de Duryodhana e Dushasana perante o Senhor Krishna foi muito lamentável, e o Senhor Krishna a acalmou com mensagens transcendentais. Ela ficou igualmente angustiada na morte de Karna, e descreveu para o Senhor Krishna a lamentação da esposa de Karna. Ela foi tranqüilizada por Srila Vyasadeva quando ele mostrou seus filhos mortos, então promovidos para os reinos celestiais. Ela morreu junto com seu esposo nas selvas dos Himalaias perto da boca do Ganges, ela queimou num incêndio da floresta. Maharaja Yudhisthira realizou a cerimônia funeral de seu tio e tia. Pritha: Filha de Maharaja Shurasena e irmã de Vasudeva, pai do Senhor Krishna. Mais tarde ela foi adotada por Maharaja Kuntibhoja, e desde então ela ficou conhecida como Kunti. Ela é a encarnação da potência de sucesso da Personalidade de Deus. Os cidadãos celestiais dos planetas superiores costumavam visitar o palácio do Rei Kuntibhoja, e Kunti se dedicava à recepção deles. Ela também serviu o grande sábio místico Durvasa, e satisfeito com o serviço sincero dela, Durvasa Muni deu para ela um mantra pelo qual era possível para ela chamar qualquer semideus que ela desejasse. Por uma questão de curiosidade, ela imediatamente chamou o deus do Sol, que desejou copular com ela, mas ela declinou. Mas o deus do Sol garantiu sua imunidade da adulteração virginal, e assim ela concordou com a proposta. Como resultado dessa cópula, ela ficou grávida, e Karna nasceu dela. Pela graça do deus do Sol, ela novamente se tornou uma menina virgem, mas com medo dos seus pais, ela abandonou a criança recém-nascida, Karna. Depois disso, quando ela realmente selecionou seu próprio esposo, ela preferiu Pandu para ser seu esposo. Maharaja Pandu mais tarde queria se retirar da vida familiar e adotar a ordem de vida renunciada. Kunti recusou permitir seu esposo a adotar uma vida dessa, mas no fim Maharaja Pandu deu a ela permissão de se tornar mãe de filhos por chamar outras personalidades adequadas. Kunti não aceitou essa proposta a princípio, mas quando exemplos vívidos foram estabelecidos por Pandu ela concordou. Assim por meio do mantra concedido por Durvasa Muni ela chamou Dharmaraja, e assim Yudhisthira nasceu. Ela chamou o semideus Vayu (ar), e assim Bhima nasceu. Ela chamou por Indra, o Rei do paraíso, e assim Arjuna nasceu. Os outros dois filhos, chamados Nakula e Sahadeva, foram gerados pelo próprio Pandu em pessoa no ventre de Madri. Logo depois, Maharaja Pandu morreu com idade precoce, fato que deixou Kunti tão angustiada que ela desmaiou. As duas co-esposas, chamadas Kunti e Madri, decidiram que Kunti devia viver para a manutenção dos cinco filhos crianças, os Pandavas, e Madri aceitaria os rituais sati por encontrar a morte voluntária junto com seu esposo. Esse acordo foi endossado por grandes sábios tais quais Shatashringa e outros presentes na ocasião. Mais tarde, quando os Pandavas foram banidos do reino pelas intrigas de Duryodhana, Kunti seguiu seus filhos, e ela igualmente encarou todos tipos de dificuldades durante aqueles dias. Durante a vida na floresta uma menina demônia, Hidimba, queria Bhima como seu esposo. Bhima recusou, mas quando a menina se aproximou de Kunti e Yudhisthira, eles ordenaram que Bhima aceitasse a proposta dela e desse um filho para ela. Como resultado dessa combinação, Ghatotkacha nasceu, e ele lutou muito valentemente junto com seu pai contra os Kauravas. Na sua vida na floresta eles viveram com uma família brahmana que estava em dificuldade por causa de um tal demônio Bakasura, e Kunti ordenou Bhima para matar o Bakasura para proteger a família contra problemas criados pelo demônio. Ela avisou Yudhisthira para partir para o Pañchaladesha. Draupadi foi conquistada nesse Pañchaladesha por Arjuna, pela ordem de Kunti todos os cinco irmãos Pandavas se tornaram igualmente os esposos de Pañchali, ou Draupadi. Ela casou com os cinco Pandavas na presença de Vyasadeva. Kuntidevi nunca esqueceu seu primeiro filho, Karna, e depois da morte de Karna na Batalha de Kurukshetra ela lamentou e admitiu perante seus outros filhos que Karna era seu filho mais velho antes a seu casamento com Maharaja Pandu. Suas preces para o Senhor depois da Batalha de Kurukshetra, quando o Senhor Krishna ia de volta para casa, são explicadas excelentemente. Depois ela foi para floresta com Gandhari para penitência severa. Ela costumava tomar refeições depois de cada trinta dias. Ela finalmente sentou em meditação profunda e depois queimou até as cinzas num incêndio florestal. Draupadi: A mais casta filha de Maharaja Drupada e parcialmente uma encarnação da deusa Shachi, a esposa de Indra. Maharaja Drupada realizou um grande sacrifício sob a superintendência do sábio Yaja. Pela primeira oferenda dele, Dhristadyumna nasceu, e pela segunda oferenda, Draupadi nasceu. Ela é então a irmã de Dhristadyumna, e também se chama Pañchali. Os cinco Pandavas casaram com ela como uma esposa comum, e cada um deles gerou um filho nela. Maharaja Yudhisthira gerou um filho chamado Pratibhit, Bhimasena gerou um filho chamado Sutasoma, Arjuna gerou Shrutakirti, Nakula gerou Shatanika, e Sahadeva gerou Shrutakarma. Ela é descrita como uma dama mais bela, igual sua sogra, Kunti. Durante seu nascimento aconteceu uma mensagem aérea que ela deveria se chamar Krishná. A mesma mensagem também declarou que ela nasceu para matar muito ksatriya. Por força de suas bênçãos de Shankara, a ela foram concedidos cinco esposos, igualmente qualificados. Quando ela preferiu escolher seu próprio esposo, príncipes e reis foram convidados de todos países do mundo. Ela casou com os Pandavas durante seu exílio na floresta, mas quando eles voltaram para casa Maharaja Drupada deu a eles uma imensa fortuna como dote. Ela foi bem recebida por todas as noras de Dhritarastra. Quando ela foi perdida num jogo de dados, ela foi arrastada à força para dentro do salão da assembléia, e toda tentativa foi feita por Dushasana para ver sua beleza nua, mesmo embora houvessem pessoas idosas tais quais Bhisma e Drona presentes. Ela era uma grande devota do Senhor Krishna, e por sua prece, o Senhor Ele mesmo se tornou um pano de vestimenta ilimitado para salvá-la do insulto. Um demônio chamado Jatasura a raptou, mas seu segundo esposo, Bhimasena, matou o demônio e a salvou. Ela salvou os Pandavas da maldição do Maharshi Durvasa pela graça do Senhor Krishna. Quando os Pandavas viviam incógnitos no palácio de Virata, Kichaka ficou atraído pela beleza primorosa dela, e por um arranjo com Bhima o diabo foi morto e ela foi salva. Ela ficou muito angustiada quando seus cinco filhos foram mortos por Asvatthama. No último estágio, ela acompanhou seu esposo Yudhisthira e os outros e caiu no caminho. A causa da sua queda foi explicada por Yudhisthira, mas quando Yudhisthira entrou no planeta celestial ele viu Draupadi gloriosamente presente lá como a deusa da fortuna no planeta celestial. Subhadra: Filha de Vasudeva e irmã do Senhor Sri Krishna. Ela não era somente uma filha muito querida de Vasudeva, mas também uma irmã muito querida de Krishna e Baladeva. Os dois irmãos e irmã são representados no famoso templo Jagannatha de Puri, e o templo ainda é visitado por milhares de peregrinos diariamente. Esse templo é em lembrança da visita do Senhor em Kurukshetra durante a ocasião do eclipse solar e de Seu encontro subseqüente com os residentes de Vrindavana. O encontro de Radha e Krishna durante essa ocasião é uma história muito patética, e o Senhor Sri Chaitanya, no êxtase de Radharani, sempre ansiava pelo Senhor Sri Krishna em Jagannatha Puri. Quando Arjuna esteve em Dwaraka, ele quis ter Subhadra como sua rainha, e ele expressou seu desejo para o Senhor Krishna. Sri Krishna sabia que Seu irmão mais velho, Senhor Balarama, fazia arranjos para o casamento dela em outro lugar, e porque Ele não ousava ir contra o arranjo de Baladeva, Ele aconselhou Arjuna a raptar Subhadra. Assim quando todos eles estavam numa viagem agradável na Colina Raivata, Arjuna organizou para raptar Subhadra de acordo com o plano de Sri Krishna. Sri Baladeva ficou muito furioso com Arjuna, e Ele queria matá-lo, mas o Senhor Krishna implorou para Seu irmão perdoar Arjuna. Assim Subhadra foi devidamente casada com Arjuna, e Abhimanyu nasceu de Subhadra. Com a morte prematura de Abhimanyu, Subhadra ficou muito mortificada, mas com o nascimento de Parikshit ela ficou feliz e consolada. Verso 5 pratyujjagmuù praharñeëa Com grande prazer todos eles se aproximaram dele, como se a vida tivesse voltado para seus corpos. Eles trocaram reverências e deram boas-vindas recíprocas com abraços. Iluminação de Srila Prabhupada: Na ausência da consciência, os membros do corpo permanecem inativos. Mas quando a consciência retorna, os membros e sentidos se tornam ativos, e a existência em si mesma se torna agradável. Vidura era tão querido pelos membros da família Kaurava que sua longa ausência do palácio era comparável à inatividade. Todos eles sentiam separação aguda de Vidura, e portanto seu retorno para o palácio foi feliz para todos. Verso 6 mumucuù prema-bäñpaughaà Devido a ansiedades e longa separação, todos eles choraram de afeição. O Rei Yudhisthira então arranjou para oferecer acomodações para sentar e uma recepção. Verso 7 taà bhuktavantaà viçräntam Depois que Vidura comeu suntuosamente e teve descanso suficiente, ele foi sentado confortavelmente. Então o Rei começou a falar com ele, e todos que estavam presentes ali ouviram. Iluminação de Srila Prabhupada: O Rei Yudhisthira era perito em recepção também, mesmo no caso dos seus membros familiares. Vidura foi bem recebido por todos os membros familiares com trocas de abraços e reverências. Depois disso, banho e arranjos para um jantar suntuoso foram feitos, e então a ele foi dado repouso suficiente. Depois de terminar seu repouso, a ele foi oferecido um lugar confortável para sentar, e então o Rei começou a falar sobre todos acontecimentos, tanto da família quanto outros diversos. Esse é o modo apropriado para receber um amigo querido, ou mesmo um inimigo. De acordo com os códigos morais da Índia, mesmo um inimigo recebido no lar deve ser tão bem recebido que ele não sinta nenhuma situação temerosa. Um inimigo está sempre com medo de seu inimigo, mas isso não deve ser assim quando ele é recebido em casa por seu inimigo. Isso quer dizer que uma pessoa, quando recebida em casa, deve ser tratada como um familiar, assim o que dizer de um membro da família igual Vidura, que era um benquerente para todos os membros da família. Assim Yudhisthira Maharaja começou a falar na presença de todos os outros membros. Verso 8 yudhiñöhira uväca Maharaja Yudhisthira disse: Meu tio, você se lembra de como sempre nos protegeu, junto com nossa mãe, de todos tipos de calamidade? Sua parcialidade, iguais as asas de um pássaro, nos salvou de envenenamento e incêndio culposo. Iluminação de Srila Prabhupada: Devido à morte prematura de Pandu, seus filhos menores e viúva foram o objeto de cuidado especial por todos membros mais velhos da família, especialmente Bhismadeva e Mahatma Vidura. Vidura era mais ou menos parcial com os Pandavas devido à posição política deles. Embora Dhritarastra fosse igualmente cuidadoso com os filhos menores de Maharaja Pandu, ele era uma das partes intrigantes que queria varrer os descendentes de Pandu e substituí-los por criar seus próprios filhos para serem os governantes do reino. Mahatma Vidura pôde acompanhar essa intriga de Dhritarastra e companhia, e portanto, mesmo embora ele fosse um fiel servidor de seu irmão mais velho, Dhritarastra, ele não gostava das ambições políticas dele em benefício de seus próprios filhos. Ele era portanto muito cuidadoso sobre a proteção dos Pandavas e sua mãe viúva. Assim ele era, por assim dizer, parcial com os Pandavas, preferia eles aos filhos de Dhritarastra, embora fosse igualmente afetuoso com ambos em seus olhos ordinários. Ele era igualmente afetuoso com ambos os campos de sobrinhos no sentido de que ele sempre repreendia Duryodhana por sua política intrigante contra seus primos. Ele sempre criticava seu irmão mais velho por sua política de encorajamento para seus próprios filhos, e ao mesmo tempo ele estava sempre alerta em dar proteção especial para os Pandavas. Todas essas atividades diferentes de Vidura dentro das políticas do palácio o tornaram bem conhecido como parcial com os Pandavas. Maharaja Yudhisthira se referiu à história passada de Vidura antes dele ir embora de casa para uma jornada de peregrinação prolongada. Maharaja Yudhisthira o lembrou que ele era igualmente bondoso e parcial com seus sobrinhos crescidos, mesmo depois da Batalha de Kurukshetra, um grande desastre familiar. Antes da Batalha de Kurukshetra, a política de Dhritarastra era a aniquilação pacífica de seus sobrinhos, e assim ele ordenou Purochana a construir uma casa em Varanavata, e quando a construção terminou Dhritarastra desejou que a família de seu irmão vivesse lá por um tempo. Quando os Pandavas iam para lá na presença de todos os membros da família real, Vidura com tato deu instruções para os Pandavas sobre o plano futuro de Dhritarastra. Isso está descrito especificamente no Mahabharata (Adi-parva 114). Ele insinuou indiretamente, "Uma arma que não é feita de aço ou qualquer outro elemento material pode ser mais do que afiada para matar um inimigo, e aquele que sabe disso nunca é morto". Isso quis dizer, ele insinuou que o partido dos Pandavas foi mandado para Varanavata para ser morto, e por isso ele avisou Yudhisthira para ser muito cuidadoso em seu novo palácio residencial. Ele também deu indicações sobre fogo e disse que fogo não pode extinguir a alma mas pode aniquilar o corpo material. Mas aquele que protege a alma pode viver. Kunti não conseguiu acompanhar essas conversas indiretas entre Maharaja Yudhisthira e Vidura, e assim quando ela perguntou para seu filho sobre o significado da conversação, Yudhisthira respondeu que das falas de Vidura ficou entendido que havia uma insinuação de incêndio na casa para onde procediam. Mais tarde, Vidura veio disfarçado até os Pandavas e os informou que o zelador poria fogo na casa da décima quarta noite da lua minguante. Foi uma intriga de Dhritarastra que os Pandavas poderiam morrer todos juntos com sua mãe. E com esse aviso os Pandavas escaparam através de um túnel subterrâneo e assim sua fuga ficou desconhecida para Dhritarastra, tanto que depois de atearem fogo, os Kauravas ficaram tão certos da morte dos Pandavas que Dhritarastra executou os últimos rituais de morte com grande alegria. E durante o período de luto todos os membros do palácio ficaram dominados pela lamentação, mas Vidura não ficou assim, por causa de seu conhecimento de que os Pandavas estavam vivos em algum lugar. Aconteceram muitas ocorrências dessas de calamidades, e em cada uma delas Vidura deu proteção para os Pandavas por um lado, e pelo outro lado ele tentou restringir seu irmão Dhritarastra de tais intrigas políticas. Portanto, ele era parcial com os Pandavas, justamente igual um pássaro protege seus ovos com sua asa. Verso 9 kayä våttyä vartitaà vaç Enquanto viajava na superfície da Terra, como você manteve seu sustento? Em quais locais sagrados e lugares de peregrinação você prestou serviço? Iluminação de Srila Prabhupada: Vidura saiu do palácio para se desapegar dos assuntos domésticos, especialmente intrigas políticas. Como foi aqui referido antes, ele foi praticamente insultado por Duryodhana que o chamou de filho de uma sudrani, embora não fosse fora de lugar falar livremente no caso da própria avó. A mãe de Vidura, embora fosse uma sudrani, era a avó de Duryodhana, e falas de brincadeira às vezes são permitidas entre avó e netos. Mas porque a menção era um fato real, foi desagradável para Vidura, e foi aceito como um insulto direto. Ele por isso decidiu deixar sua casa paterna e se preparar para a ordem de vida renunciada. Esse estágio preparatório se chama vanaprastha-asrama, ou vida de aposentado para viajar e visitar os locais sagrados na superfície da Terra. Nos locais sagrados da Índia, tais quais Vrindavana, Hardwar, Jagannatha Puri, e Prayaga, há muitos grandes devotos, e ainda existem casas de culinária gratuitas para pessoas que desejam avançar espiritualmente. Maharaja Yudhisthira foi inquisitivo para saber se Vidura se manteve pela misericórdia de casas de culinária gratuitas (chatras). Verso 10 bhavad-vidhä bhägavatäs Meu Senhor, devotos iguais sua boa personalidade são verdadeiramente lugares sagrados personificados. Porque você carrega a Personalidade de Deus dentro do seu coração, você transforma todos lugares em locais de peregrinação. Iluminação de Srila Prabhupada: A Personalidade de Deus é onipresente por Suas diversas potências em toda parte, justamente igual o poder da eletricidade é distribuído em toda parte dentro do espaço. Similarmente, a onipresença do Senhor é percebida e manifestada por Seus devotos imaculados iguais Vidura, justamente igual eletricidade é manifestada em uma lâmpada elétrica. Um devoto puro igual Vidura sempre sente a presença do Senhor em toda parte. Ele vê tudo dentro da potência do Senhor e o Senhor em tudo. Os lugares sagrados por todo o mundo são destinados a purificar a consciência poluída do ser humano por uma atmosfera carregada com a presença dos devotos imaculados do Senhor. Se alguém visita um lugar sagrado, deve procurar os devotos puros que residem nesses lugares sagrados, aprender lições com eles, tentar aplicar essas instruções na vida prática e assim gradualmente se preparar para a salvação última, ir de volta ao Supremo. Ir a algum local sagrado de peregrinação não significa somente tomar um banho no Ganges ou Yamuna ou visitar os templos situados nesses lugares. Deve-se também encontrar representantes de Vidura que não têm nenhum desejo na vida exceto servir a Personalidade de Deus. A Personalidade de Deus está sempre com esses devotos puros por causa do serviço imaculado deles, que é sem nenhuma mancha de ação lucrativa ou especulação utópica. Eles estão no serviço verdadeiro do Senhor, especificamente pelo processo de ouvir e cantar. Os devotos puros ouvem das autoridades e cantam, murmuram e escrevem as glórias do Senhor. Mahamuni Vyasadeva ouviu de Narada, e então ele cantou na escrita; Shukadeva Goswami estudou com seu pai, e descreveu para Parikshit, esse é o caminho do Srimad Bhagavatam. Assim por suas ações os devotos puros do Senhor podem tornar qualquer lugar em um local de peregrinação, e os lugares sagrados são dignos do nome somente por causa deles. Esses devotos puros são capazes de retificar a atmosfera poluída de qualquer lugar, e o que dizer de um lugar sagrado tornado profano pelas ações questionáveis de pessoas interesseiras que tentam adotar uma vida profissional ao custo da reputação de um lugar sagrado. Verso 11 api naù suhådas täta Meu tio, você deve ter visitado Dwaraka. Naquele lugar sagrado estão nossos amigos e benquerentes, os descendentes de Yadu, que estão sempre extasiados no serviço do Senhor Sri Krishna. Você deve tê-los visto ou ouviu sobre eles. Todos eles vivem bem em suas moradas? Iluminação de Srila Prabhupada: A palavra particular krsna-devatah, isto é, aqueles que estão sempre extasiados no serviço do Senhor Krishna, é significativa. Os Yadavas e os Pandavas, que estão sempre extasiados no pensamento do Senhor Krishna e Suas diferentes atividades transcendentais, eram todos devotos puros iguais Vidura. Vidura deixou o lar a fim de se devotar completamente para o serviço do Senhor, mas os Pandavas e os Yadavas estavam sempre extasiados no pensamento do Senhor Krishna. Assim não existe nenhuma diferença em suas qualidades devocionais puras. Tanto permanecendo em casa quanto deixando o lar, a verdadeira qualidade de um devoto puro é se tornar extasiado no pensamento de Krishna favoravelmente, isto é, por saber bem que o Senhor Krishna é a Personalidade de Deus Absoluta. Kamsa, Jarasandha, Shishupala e outros demônios iguais a eles também estavam sempre extasiados no pensamento do Senhor Krishna, mas eles estavam absortos de um modo diferente, a saber desfavoravelmente, ou pensavam Nele como um homem poderoso somente. Por isso, Kamsa e Shishupala não estavam no mesmo nível igual devotos puros tais quais Vidura, os Pandavas e os Yadavas. Maharaja Yudhisthira também estava sempre extasiado no pensamento do Senhor Krishna e Seus associados em Dwaraka. Senão ele não perguntaria sobre eles para Vidura. Maharaja Yudhisthira estava portanto no mesmo nível de devoção do que Vidura, embora engajado nos assuntos de estado do reinado do mundo. Verso 12 ity ukto dharma-räjena Assim questionado por Maharaja Yudhisthira, Mahatma Vidura gradualmente descreveu tudo que ele teve experiência pessoalmente, exceto a aniquilação da dinastia Yadu. Verso 13 nanv apriyaà durviñahaà Mahatma Vidura compassivo não podia suportar ver os Pandavas angustiados em tempo nenhum. Por isso ele não revelou esse incidente desagradável e insuportável porque calamidades vêm por conta própria. Iluminação de Srila Prabhupada: De acordo com Niti-shastra (leis cívicas) não se deve falar uma verdade desagradável para causar angústia a outros. Angústia vem sobre nós pelo seu próprio caminho pelas leis da natureza, assim não se deve agravá-la por propaganda. Para uma alma compassiva igual Vidura, especialmente em seus relacionamentos com seus queridos Pandavas, era quase impossível revelar uma notícia desagradável igual a aniquilação da dinastia Yadu. Por isso ele propositalmente absteve-se disso. Verso 14 kaïcit kälam athävätsét Assim Mahatma Vidura, tratado justamente igual uma pessoa divina por seus familiares, permaneceu lá por um certo período justamente para retificar a mentalidade de seu irmão mais velho e nesse modo trazer alegria para todos os outros. Iluminação de Srila Prabhupada: Pessoas santificadas iguais Vidura devem ser tratadas tão bem quanto um habitante do paraíso. Naqueles dias habitantes dos planetas celestiais costumavam visitar lares como o de Maharaja Yudhisthira, e às vezes pessoas iguais Arjuna e outros costumavam visitar os planetas superiores. Narada é um astronauta que pode viajar irrestritamente, não somente nos universos materiais mas também nos universos espirituais. Mesmo Narada costumava visitar o palácio de Maharaja Yudhisthira e o que dizer de outros semideuses celestiais. É somente a cultura espiritual das pessoas referidas que fazem viagem interplanetária possível, mesmo no corpo presente. Maharaja Yudhisthira portanto recebeu Vidura no modo de recepção oferecido para os semideuses. Mahatma Vidura já tinha adotado a ordem de vida renunciada, e por isso ele não retornou para seu palácio paterno para desfrutar alguns confortos materiais. Ele aceitou por sua própria misericórdia o que lhe foi oferecido por Maharaja Yudhisthira, mas o propósito de viver no palácio era libertar seu irmão mais velho, Dhritarastra, que era muito apegado materialmente. Dhritarastra perdeu todo seu estado e descendentes na guerra com Maharaja Yudhisthira, e mesmo assim, devido ao seu senso de desamparo, ele não se sentiu envergonhado de aceitar a caridade e hospitalidade de Maharaja Yudhisthira. Na parte de Maharaja Yudhisthira, era bem com o propósito de manter seu tio de uma maneira adequada, mas aceitação de uma hospitalidade tão magnânima não era desejável em nada. Ele aceitou isso porque achava que não tinha alternativa. Vidura particularmente veio para iluminar Dhritarastra e deu a ele uma promoção para o status mais elevado de cognição espiritual. É dever das almas iluminadas libertar as caídas, e Vidura veio por essa razão. Mas falas de iluminação espiritual são tão refrescantes que enquanto instruía Dhritarastra, Vidura atraiu a atenção de todos os membros da família, e todos eles sentiram prazer em ouvi-lo pacientemente. Esse é o caminho da realização espiritual. A mensagem tem que ser ouvida atenciosamente, e se for falada por uma alma realizada, agirá no coração dormente da alma condicionada. E por ouvir continuamente, pode-se alcançar o estágio perfeito de auto-realização. Verso 15 abibhrad aryamä daëòaà Enquanto Vidura fez o papel de um sudra, amaldiçoado por Manduka Muni, Aryama oficiou o posto de Yamaraja para punir aqueles que cometeram atos pecaminosos. Iluminação de Srila Prabhupada: Vidura, nascido do ventre de uma mulher sudra, era proibido até de ser partidário da herança real junto com seus irmãos Dhritarastra e Pandu. Então como ele pôde ocupar o posto de um sacerdote para instruir reis e ksatriyas versados tais quais Dhritarastra e Maharaja Yudhisthira? A primeira resposta é que mesmo embora ele fosse aceito como um sudra de nascimento, porque ele renunciou o mundo por iluminação espiritual pela autoridade do Rishi Maitreya e foi inteiramente educado por ele no conhecimento transcendental, ele era muito competente para ocupar o posto de um acarya, ou preceptor espiritual. De acordo com Sri Chaitanya Mahaprabhu, qualquer um que seja proficiente no conhecimento transcendental, ou a ciência do Supremo, seja ele um brahmana ou um sudra, um casado ou um sannyasi, é elegível para se tornar um mestre espiritual. Mesmo nos códigos morais ordinários (mantidos por Chanakya Pandita, o grande político e moralista) não faz nenhum mal em ter lições de uma pessoa que possa ser por nascimento mais baixa do que um sudra. Essa é uma parte da questão. A outra é que Vidura não era realmente um sudra. Ele teve que fazer o papel de um suposto sudra por cem anos, por ter sido amaldiçoado por Manduka Muni. Ele era a encarnação de Yamaraja, um dos doze mahajanas, no nível junto com personalidades tais quais Brahma, Narada, Shiva, Kapila, Bhisma, Prahlada, etc.. Por ser um mahajana, é o dever de Yamaraja pregar o culto da devoção para as pessoas do mundo, igual Narada, Brahma, e outros mahajanas fazem. Mas Yamaraja está sempre ocupado em seu reino plutônico na punição dos malfeitores de atos pecaminosos. Yamaraja é delegado pelo Senhor para um planeta particular, algumas centenas e milhares de milhas longe do planeta Terra, para levar as almas corruptas depois da morte e condená-las de acordo com suas atividades pecaminosas respectivas. Assim Yamaraja tem muito pouco tempo para sair da responsabilidade de seu posto de punir os malfeitores. Existem mais malfeitores do que pessoas íntegras. Por isso que Yamaraja tem que fazer mais trabalho do que outros semideuses que também são agentes autorizados do Supremo Senhor. Mas ele queria pregar as glórias do Senhor, e por isso pela vontade do Senhor ele foi amaldiçoado por Manduka Muni para vir ao mundo na encarnação como Vidura e trabalhar muito duro como um grande devoto. Um devoto desse não é nem um sudra nem um brahmana. Ele é transcendental a essas divisões da sociedade mundana, justamente igual a Personalidade de Deus assume Sua encarnação de javali, mas Ele não é nem um javali nem um Brahma. Ele está acima de todas criaturas mundanas. O Senhor e Seus diferentes devotos autorizados às vezes têm que fazer o papel de muitas criaturas inferiores para reivindicar as almas condicionadas, porém tanto o Senhor quanto Seus devotos puros estão sempre na posição transcendental. Quando Yamaraja então encarnou-se como Vidura, seu posto foi oficiado por Aryama, um dos muitos filhos de Kashyapa e Aditi. Os Adityas são os filhos de Aditi, e existem doze Adityas. Aryama é um dos doze Adityas, e por isso é bem possível para ele tomar conta do posto de Yamaraja durante seus cem anos de ausência na forma de Vidura. A conclusão é que Vidura nunca foi um sudra, porém era mais grandioso do que o mais puro tipo de brahmana. Verso 16 yudhiñöhiro labdha-räjyo Depois de ganhar seu reino e observar o nascimento de um neto competente para continuar a nobre tradição da sua família, Maharaja Yudhisthira reinou pacificamente e desfrutou opulência incomum em cooperação com seus irmãos mais jovens, que eram todos administradores hábeis para as pessoas comuns. Iluminação de Srila Prabhupada: Tanto Maharaja Yudhisthira e Arjuna ficaram tristes desde o começo da Batalha de Kurukshetra, mas apesar de não quererem matar seus próprios parentes na guerra, isso tinha que ser feito por questão de dever, porque foi programado pela vontade suprema do Senhor Sri Krishna, Depois da batalha, Maharaja Yudhisthira estava triste por causa de tamanha matança em massa. Praticamente não sobrou ninguém para continuar a dinastia Kuru depois deles, os Pandavas. A única esperança permanecente era a criança no ventre de sua nora, Uttara, e também foi atacado por Asvatthama, mas pela graça do Senhor a criança foi salva. Assim depois do arranjo de todas condições perturbadoras e restabelecimento da ordem pacífica do estado, e depois de ver a criança sobrevivente, Parikshit, bem satisfeito, Maharaja Yudhisthira sentiu algum alívio como um ser humano, embora ele tivesse muito pouca atração por felicidade material, que é sempre ilusória e temporária. Verso 17 evaà gåheñu saktänäà Intransponível, tempo eterno imperceptivelmente domina aqueles que são muito apegados a casos familiares e estão sempre absortos em seus pensamentos. Iluminação de Srila Prabhupada: "Eu estou feliz agora; eu tenho tudo em ordem; meu saldo bancário é bem suficiente; eu posso agora dar para meus filhos propriedade suficiente; agora eu sou bem sucedido; os pobres mendigos sannyasis dependem de Deus, mas vêm mendigar de mim; por isso eu sou mais do que o Deus Supremo". Esses são alguns dos pensamentos que absorvem o casado apegado insanamente que é cego para a passagem do tempo eterno. Nossa duração de vida é medida, e ninguém é capaz de incrementá-la nem mesmo por um segundo contra o tempo programado ordenado pela vontade suprema. Um tempo precioso desse, especialmente para o ser humano é destinado a ser gasto cuidadosamente porque mesmo um segundo passado imperceptivelmente não pode ser reposto, mesmo em troca de milhares de moedas de ouro acumuladas por trabalho árduo. Cada segundo da vida humana é destinado para fazer uma solução última para os problemas da vida, isto é, repetição de nascimento e morte e revolver no ciclo de 8.400.000 espécies de vida diferentes. O corpo material, que é sujeito a nascimento e morte, doenças e velhice, é a causa de todos os sofrimentos do ser vivo, de outro modo, o ser vivo é eterno; ele nunca é nascido, nem nunca ele morre. Pessoas tolas esquecem esse problema. Elas não sabem de jeito nenhum como resolver os problemas da vida, mas se tornam absortas em casos familiares temporários sem saber que o tempo eterno passa imperceptivelmente e que sua duração de vida medida diminui em cada segundo, sem nenhuma solução para o grande problema, a saber repetição de nascimento e morte, doença e velhice. Isso se chama ilusão. Mas uma ilusão dessa não pode funcionar sobre aquele que está sempre desperto no serviço devocional do Senhor. Yudhisthira Maharaja e seus irmãos os Pandavas estavam todos dedicados no serviço do Senhor Sri Krishna, e eles tinham muito pouca atração pela felicidade ilusória do mundo material. Como já discutimos previamente, Maharaja Yudhisthira estava fixo no serviço do Senhor Mukunda (o Senhor, aquele que pode conceder salvação), e por isso ele não tinha nenhuma atração mesmo pelos confortos da vida os quais estão disponíveis no reino do paraíso, porque mesmo a felicidade obtida no planeta Brahmaloka também é temporária e ilusória. Porque o ser vivo é eterno, ele só pode ser feliz na morada eterna do reino de Deus (paravyoma), da qual ninguém retorna para esta região de repetidos nascimento e morte, velhice e doença. Portanto, qualquer conforto da vida ou qualquer felicidade material que não garante uma vida eterna é apenas ilusão para o ser vivo eterno. Aquele que entende isso realmente é versado, uma pessoa versada assim pode sacrificar qualquer quantidade de felicidade material para alcançar o objetivo desejado conhecido como brahma-sukham, ou felicidade absoluta. Verdadeiros transcendentalistas estão famintos por essa felicidade, e do mesmo modo que uma pessoa faminta não pode ser feita feliz com todos confortos da vida menos comida, assim a pessoa faminta por felicidade absoluta eterna não pode ficar satisfeita com nenhuma quantidade de felicidade material. Portanto, a instrução descrita neste verso não pode ser aplicada para Maharaja Yudhisthira ou seus irmãos e mãe. Foi destinada a pessoas iguais Dhritarastra, para quem Vidura veio especialmente para transmitir lições. Verso 18 viduras tad abhipretya Mahatma Vidura sabia bem tudo isso, e por isso se dirigiu a Dhritarastra, e disse: Meu querido rei, por favor saia daqui imediatamente. Não demore. Veja justamente como o medo atingiu você. Iluminação de Srila Prabhupada: Morte cruel não se importa com ninguém, seja ele Dhritarastra ou mesmo Maharaja Yudhisthira, portanto instrução espiritual, como foi dada para o idoso Dhritarastra, era igualmente aplicável para o mais jovem Maharaja Yudhisthira. De fato, todos dentro do palácio real, inclusive o Rei e seus irmãos e mãe, estavam extasiados participando das palestras. Mas era sabido por Vidura que suas instruções eram especialmente destinadas para Dhritarastra, que era demasiadamente materialista. A palavra rajan é especialmente direcionada para Dhritarastra significativamente. Dhritarastra era o filho mais velho de seu pai, e portanto pela lei era para ele ser empossado no trono de Hastinapura. Mas porque ele era cego de nascença, ele era desqualificado para sua reivindicação legítima. Mas ele não pôde esquecer o despojamento, e seu desapontamento foi um pouco compensado com a morte de Pandu, seu irmão mais novo. Seu irmão mais novo deixou para trás seus filhos menores, e Dhritarastra se tornou o guardião natural deles, mas no coração ele queria se tornar o rei de verdade e entregar o reino para seus próprios filhos, liderados por Duryodhana. Com todas essas ambições imperiais, Dhritarastra queria se tornar um rei, e maquinou todos tipos de intrigas em consulta com seu cunhado Shakuni. Mas tudo falhou pelo desejo do Senhor, e no estágio final, mesmo depois de perder tudo, homens e dinheiro, ele queria permanecer como rei, por ser o tio mais velho de Maharaja Yudhisthira. Maharaja Yudhisthira, por questão de dever, manteve Dhritarastra com hora real, e Dhritarastra passava seus dias contados na ilusão de ser um rei ou o tio real do Rei Yudhisthira. Vidura, como um santo e pelo dever de irmão mais novo afetuoso de Dhritarastra, queria despertar Dhritarastra do seu sono da doença e velhice. Vidura então sarcasticamente chamou Dhritarastra de "Rei", o que ele não era mesmo. Todos são servos do tempo eterno, e por isso ninguém pode ser rei dentro deste mundo material. Rei significa a pessoa que pode ordenar. O rei célebre da Inglaterra quis ordenar tempo e maré, mas tempo e maré se recusaram a obedecer sua ordem. Portanto qualquer um é um rei falso no mundo material, Dhritarastra foi particularmente lembrado dessa posição falsa e dos acontecimentos verdadeiramente terríveis que já tinham se aproximado dele naquele momento. Vidura pediu para ele sair imediatamente, se ele quisesse se salvar da situação terrível que se aproximava dele rapidamente. Ele não se dirigiu a Maharaja Yudhisthira dessa forma porque ele sabia que um rei igual Maharaja Yudhisthira é ciente de todas situações terríveis deste mundo frívolo e cuidaria de si mesmo, e no devido curso, mesmo embora Vidura pudesse não estar mais presente no momento. Verso 19 pratikriyä na yasyeha Esta situação assustadora não pode ser remediada por nenhuma pessoa dentro deste mundo material. Meu senhor, é a Suprema Personalidade de Deus como tempo eterno (kala) que Se aproximou de todos nós. Iluminação de Srila Prabhupada: Não existe poder superior que possa impedir as mãos cruéis da morte. Ninguém quer morrer, apesar de tão aguda a fonte de sofrimentos corpóreos possa ser. Mesmo nos dias de suposto avanço científico do conhecimento, não existe medida corretiva nem para velhice nem para morte. Velhice é o anúncio da chegada da morte servida pelo tempo cruel, e ninguém pode recusar aceitar nem chamadas de convocação nem o julgamento supremo do tempo eterno. Isso é explicado perante Dhritarastra porque ele poderia pedir para Vidura encontrar alguma medida corretiva para a situação medonha iminente, como ele ordenou muitas vezes antes. Antes de ordenar, entretanto, Vidura informou Dhritarastra que não havia medida corretiva por ninguém ou de qualquer fonte dentro deste mundo material. E porque não existe tal coisa dentro do mundo material, morte é idêntica com a Suprema Personalidade de Deus, como é dito pelo Senhor em Pessoa no Bhagavad-gita (10.34). Morte não pode ser impedida por ninguém ou por qualquer fonte dentro deste mundo material. Hiranyakashipu queria ser imortal e se submeteu a um tipo severo de penitência pela qual o universo inteiro tremeu, e Brahma em pessoa se aproximou dele para dissuadir Hiranyakashipu de um tipo de penitência severo desse. Hiranyakashipu pediu a Brahma para conceder para ele a bênção da imortalidade, mas Brahma disse que ele mesmo era sujeito à morte, mesmo no planeta mais elevado, assim como poderia conceder-lhe a bênção da imortalidade? Assim existe morte até no planeta mais elevado deste universo, e o que dizer de outros planetas, que são muito, muito inferiores em qualidade a Brahmaloka, o planeta residente de Brahma. Onde quer que haja influência do tempo eterno, existe esse conjunto de tribulações, chamadas, nascimento, doença, velhice e morte, e todas elas são invencíveis. Verso 20 yena caiväbhipanno 'yaà Quem quer que esteja sob a influência do kala (tempo eterno) tem que render sua vida tão querida, e o que dizer de outras coisas, tais quais riqueza, honra, filhos, terra e lar. Iluminação de Srila Prabhupada: Um grande cientista indiano ocupado nos negócios de planejamento, subitamente foi chamado pelo tempo eterno invencível enquanto ia para participar de uma reunião muito importante da comissão de planejamento, e ele teve que render sua vida, esposa, filhos, casa, terra, riqueza, etc.. Durante a ascensão política na Índia e sua divisão em Paquistão e Hindustão, muitos indianos ricos e influentes tiveram que render a vida, propriedade e honra devido à influência do tempo, e existem centenas de milhares de exemplos como esse por todo o mundo, e por todo universo, que são todos efeitos da influência do tempo. Portanto, a conclusão é que não existe ser vivo poderoso dentro do universo que possa superar a influência do tempo. Muitos poetas escreveram versos para lamentar a influência do tempo. Muitas devastações aconteceram sobre todos os universos devido à influência do tempo, e ninguém pôde impedi-las por quaisquer meios. Mesmo em nossa vida diária, tantas coisas vêm e vão nas quais não temos controle, e temos que sofrer ou tolerá-las sem medida corretiva. Assim é o resultado do tempo. Verso 21 pitå-bhrätå-suhåt-puträ Seu pai, irmão, benquerentes e filhos estão todos mortos e foram embora. E você mesmo já gastou a porção majoritária da sua vida, seu corpo agora está dominado pela invalidez, e você vive dentro da casa de outro. Iluminação de Srila Prabhupada: O Rei foi lembrado da sua condição precária, influenciada pelo tempo cruel, e por sua experiência passada deveria ter sido mais inteligente para ver o que aconteceria com sua própria vida. Seu pai, Vichitravirya, morreu há muito tempo, quando ele e seus irmãos mais novos eram criancinhas, e foi devido ao cuidado e bondade de Bhismadeva que eles foram criados apropriadamente. Então novamente seu irmão Pandu morreu também. Depois na Batalha de Kurukshetra seus cem filhos morreram e seus netos também morreram, junto com todos os outros benquerentes tais quais Bhismadeva, Dronacharya, Karna e muitos outros reis e amigos. Assim ele perdeu todos homens e dinheiro, e agora ele vivia pela misericórdia de seu sobrinho, quem ele pôs em dificuldades de vários tipos. E apesar de todos esses reveses, ele achava que podia prolongar sua vida mais e mais. Vidura queria mostrar para Dhritarastra que todos devem se proteger por sua ação e graça do Senhor. Deve-se executar seu dever fielmente, e depender para o resultado na autoridade suprema. Nenhum amigo, nenhum filho, nenhum pai, nenhum irmão, nenhum estado e ninguém mais pode proteger uma pessoa que não é protegida pelo Supremo Senhor. Deve-se, portanto, procurar a proteção do Supremo Senhor, porque a forma humana de vida é destinada para procurar essa proteção. Ele foi avisado de suas condições precárias mais e mais pelas seguintes palavras. Verso 22 Você tem sido cego desde o início de seu nascimento, e recentemente você se tornou difícil de ouvir. Sua memória diminuiu, e sua inteligência está perturbada. Seus dentes estão frouxos, seu fígado está deficiente, e você tosse com muco. Iluminação de Srila Prabhupada: Os sintomas da velhice, que já tinham sido desenvolvidos por Dhritarastra, foram um após o outro apontados para ele como alerta de que morte se aproximava muito rapidamente, e mesmo assim ele estupidamente se preocupava com seu futuro. Os sinais apontados por Vidura no corpo de Dhritarastra eram sinais de apaksaya, ou decadência do corpo material antes do último golpe da morte. O corpo nasce, permanece, cria outros corpos, decai e então desaparece. Mas pessoas idiotas querem fazer um estabelecimento permanente do corpo perecível e acham que sua propriedade, filhos, sociedade, país, etc., darão a elas proteção. Com essas idéias tolas, tornam-se sobrecarregadas com tantas obrigações temporárias e esquecem completamente que devem abandonar o corpo temporário e aceitar um novo, novamente para arranjar outro termo de sociedade, amizade e amor, novamente para perecer ultimamente. Elas esquecem a identidade permanente e se tornam estupidamente ativas para ocupações impermanentes, e esquecem completamente seu dever primordial. Santos e sábios iguais Vidura se aproximam dessas pessoas tolas para despertá-las para a situação real, mas elas consideram esses sadhus e santos como parasitas da sociedade, e quase todas elas se recusam a ouvir as palavras de tais sadhus e santos, apesar de bem receberem sadhus de amostra grátis e supostos santos que possam satisfazer seus sentidos. Vidura não era um sadhu para satisfazer o sentimento ilícito de Dhritarastra. Ele apontava corretamente a situação real da vida, e como alguém pode se salvar dessas catástrofes. Verso 23 aho mahéyasé jantor Infelizmente, quão poderosas são as esperanças de um ser vivo para continuar sua vida. Na realidade, você vive justamente igual um cão doméstico e come os restos de comida dados por Bhima. Iluminação de Srila Prabhupada: Um sadhu nunca deve bajular reis ou pessoas ricas para viver confortavelmente ao custo deles. Um sadhu serve para falar para casados sobre a verdade nua e crua da vida para que possam recobrar o juízo sobre a vida precária na existência material. Dhritarastra é um exemplo típico de um idoso apegado à vida doméstica. Ele se tornou um pobre no sentido verdadeiro, mesmo assim ele queria viver confortavelmente na casa dos Pandavas, dos quais Bhima especialmente é mencionado porque ele pessoalmente matou dois filhos de Dhritarastra proeminentes, chamados Duryodhana e Dushasana. Esses dois filhos eram muito queridos por ele pelas suas atividades notórias e nefastas, e Bhima é particularmente mencionado porque ele matou esses dois filhos favoritos. Por que Dhritarastra morava lá na casa dos Pandavas? Porque ele queria continuar a viver sua vida confortavelmente, mesmo ao risco de toda humilhação. Vidura, portanto, estava atônito quão poderoso é o fervor para continuar a vida. Esse senso de continuar a própria vida indica que um ser vivo é eternamente um ser vivo e não quer mudar sua habitação corpórea. A pessoa tola não sabe que um termo particular de existência corpórea é concedido a ela para submeter-se a um termo de prisão, e o corpo humano é concedido, depois de muitos e muitos nascimentos, como uma chance para auto-realização para ir de volta ao lar, de volta ao Supremo. Mas pessoas iguais Dhritarastra tentam fazer planos para viver ali numa posição confortável com lucro e juros, porque não vêem coisas como elas são. Dhritarastra é cego e continua com a esperança de viver confortavelmente no meio de todos tipos de reveses da vida. Um sadhu igual Vidura é destinado a despertar tais pessoas cegas e assim ajudá-las a ir de volta ao Supremo, onde a vida é eterna. Ao ir lá uma vez, ninguém quer voltar para este mundo material de misérias. Podemos justamente imaginar uma tarefa tão responsável confiada para um sadhu igual Mahatma Vidura. Verso 24 agnir nisåñöo dattaç ca Não há necessidade de viver uma vida degradada e subsistir da caridade daqueles os quais você tentou matar com incêndio culposo e envenenamento. Você também insultou uma das esposas deles e usurpou reino e riqueza deles. Iluminação de Srila Prabhupada: O sistema da religião varnasrama separa de lado uma parte da vida da pessoa completamente para o propósito da auto-realização e alcance da salvação na forma humana de vida. Essa é a divisão rotineira da vida, mas pessoas iguais Dhritarastra, mesmo em sua idade madura e cansada, querem ficar em casa, mesmo numa condição degradada e aceitar caridade de inimigos. Vidura quis mostrar isso e impressioná-lo de que é melhor morrer igual seus filhos do que aceitar tal caridade humilhante. Cinco mil anos atrás havia um Dhritarastra, mas no presente momento existem Dhritarastras em cada lar. Políticos especialmente não se retiram das atividades políticas a menos que sejam arrastados pela mão cruel da morte ou mortos por algum elemento opositor. Ficar grudado na vida familiar até o fim da vida humana é o tipo mais grosseiro de degradação e existe uma necessidade absoluta de Viduras para educar tantos Dhritarastras, mesmo no momento presente. Verso 25 tasyäpi tava deho 'yaà Apesar da sua relutância para morrer e seu desejo de viver mesmo ao custo da honra e prestígio, seu corpo mesquinho certamente decairá e deteriorará igual uma roupa velha. Iluminação de Srila Prabhupada: As palavras krpanasya jijivisoh são significativas. Existem duas classes de pessoas. Uma é chamada o krpana, e a outra é chamada o brahmana. O krpana, ou a pessoa mesquinha, não tem nenhuma estimativa do seu corpo material, mas o brahmana tem uma estimativa verdadeira sobre si mesmo e o corpo material. O krpana, por ter uma estimativa errada do seu corpo material, tem que desfrutar prazer sensual com sua força máxima, e mesmo na velhice ele quer se tornar um jovem por meio de tratamento médico ou de outra forma. Dhritarastra é chamado aqui de krpana porque sem nenhuma estimativa de seu corpo material ele quer viver a qualquer custo. Vidura tenta abrir seus olhos para ver que ele não pode viver mais do que seu termo e que ele precisa se preparar para a morte. Porque a morte é inevitável, por que ele deve aceitar uma posição humilhante dessa para viver? É melhor pegar o caminho certo, mesmo sob o risco da morte. Vida humana é destinada para terminar todos tipos de misérias da existência material, e a vida deve ser regulada de tal forma que a pessoa possa alcançar o objetivo desejado. Dhritarastra, devido a seu conceito errado de vida, já tinha estragado oitenta por cento da sua energia adquirida, por isso era adequado para ele utilizar os dias restantes da sua vida mesquinha para o objetivo último. Uma vida dessa é chamada mesquinha porque a pessoa não pode utilizar apropriadamente os recursos da forma humana de vida. Somente por boa sorte uma pessoa mesquinha dessa encontra uma alma auto-realizada igual Vidura e pelas instruções dele se livra da ignorância da existência material. Verso 26 gata-svärtham imaà dehaà É chamado imperturbável aquele que vai a um lugar desconhecido, remoto e, livre de todas obrigações, deixa seu corpo material quando esse se tornou inútil. Iluminação de Srila Prabhupada: Narottama Dasa Thakura, um grande devoto e acarya da seita Gaudiya Vaishnava, cantou: "Meu Senhor, eu simplesmente desperdicei minha vida. Obtive o corpo humano, e negligenciei adorar Sua Divindade, e por isso eu voluntariamente bebi veneno". Em outras palavras, o corpo humano é especialmente destinado para cultivar conhecimento do serviço devocional para o Senhor, sem o qual vida se torna cheia de ansiedades e condições miseráveis. Portanto, aquele que desperdiçou sua vida sem essas atividades culturais é aconselhado para deixar o lar sem conhecimento de amigos ou parentes e, livre de todas obrigações de família, sociedade, país, etc., abandonar o corpo em algum destino desconhecido para que outros não saibam em que lugar e como encontrou sua morte. Dhira significa aquele que não é perturbado, mesmo quando tem provocação suficiente. Ninguém pode abandonar sua vida familiar confortável devido à sua relação afetuosa com esposa e filhos. Auto-realização é obstruída por uma afeição indevida dessa por família, qualquer um que é capaz de esquecer essa relação, é chamado imperturbado, ou dhira. Isso é, entretanto, o caminho da renúncia baseado numa vida frustrada, mas estabilização de uma renúncia dessa é somente possível pela associação com santos fidedignos e almas auto-realizadas pelos quais alguém pode se dedicar no serviço devocional amoroso para o Senhor. Rendição sincera aos pés de lótus do Senhor é possível com o despertar do senso transcendental de serviço. Isso se torna possível pela associação com devotos puros do Senhor. Dhritarastra teve sorte suficiente de ter um irmão que só pela associação era uma fonte de liberação para sua vida frustrada. Verso 27 yaù svakät parato veha É certamente uma pessoa de primeira classe quem desperta e entende, tanto por si mesma quanto de outros, a falsidade e miséria deste mundo material e assim deixa o lar e depende plenamente da Personalidade de Deus que reside dentro do seu coração. Iluminação de Srila Prabhupada: Existem três classes de transcendentalistas, chamados, (1) o dhira, ou aquele que não fica perturbado por estar longe da associação familiar, (2) aquele que está na ordem de vida renunciada, um sannyasi por sentimento de frustração, e (3) um devoto sincero do Senhor, que desperta a consciência de Deus por ouvir e cantar e deixa o lar dependendo completamente da Personalidade de Deus, que reside dentro do seu coração. A idéia é que a ordem de vida renunciada, depois de uma vida frustrada de sentimento dentro do mundo material, possa ser o trampolim no caminho da auto-realização, mas a verdadeira perfeição no caminho da liberação é obtido quando a pessoa é prática para depender plenamente da Suprema Personalidade de Deus dentro de si, e Ele pode proteger Seu devoto sincero em qualquer circunstância estranha. Deve-se portanto praticar serviço devocional em casa, por ouvir e cantar o santo nome, qualidade, forma, passatempos, associados, etc., na associação com devotos puros, e essa prática ajudará a pessoa despertar consciência de Deus na proporção à sinceridade de propósito da pessoa. Aquele que deseja benefício material com essas atividades devocionais nunca pode depender da Suprema Personalidade de Deus, embora Ele esteja situado dentro do coração de todos. Nem o Senhor dá qualquer orientação para pessoas que O adoram por ganho material. Esses devotos materialistas podem ser abençoados pelo Senhor com benefícios materiais, mas eles não podem alcançar o estágio de ser humano de primeira classe, como mencionado acima. Existem muitos exemplos de devotos sinceros na história do mundo, especialmente na Índia, e eles são nossos guias no caminho da auto-realização. Mahatma Vidura é um desses grandes devotos do Senhor, e todos nós devemos tentar seguir seus passos de lótus para auto-realização. Verso 28 athodécéà diçaà yätu Por favor, portanto, parta para o Norte imediatamente, sem deixar que seus familiares saibam, porque em breve aquele tempo se aproximará o qual diminui as boas qualidades da pessoa. Iluminação de Srila Prabhupada: Uma pessoa pode compensar por uma vida de frustração por se tornar um dhira, ou deixar o lar para sempre sem comunicar os familiares, e Vidura aconselhou seu irmão mais velho para adotar esse caminho sem demora porque muito muito rápido a era de Kali se aproximava. Uma alma condicionada já é degradada pela associação material, e ainda assim em Kali-yuga as boas qualidades de uma pessoa deteriorarão até o padrão mais baixo. Ele foi aconselhado para deixar o lar antes que Kali-yuga se aproximasse porque a atmosfera que foi criada por Vidura, suas instruções valiosas sobre os fatos da vida, desapareceriam devido à influência da era que se aproximava rapidamente. Para se tornar narottama, ou um ser humano de primeira classe que depende completamente do Supremo Senhor Sri Krishna, não é possível para uma pessoa ordinária. É afirmado no Bhagavad-gita (7.28) que uma pessoa que fica completamente aliviada de todas manchas de atos pecaminosas só pode depender do Supremo Senhor Sri Krishna, a Personalidade de Deus. Dhritarastra foi aconselhado por Vidura pelo menos a se tornar um dhira no início como se fosse impossível para ele se tornar um sannyasi ou um narottama. Empenho persistente na linha da auto-realização ajuda a pessoa a se elevar para as condições de um narottama do estágio de dhira. O estágio de dhira é alcançado depois de prática prolongada no sistema de yoga, mas pela graça de Vidura pode-se alcançar o estágio imediatamente simplesmente por adotar com boa vontade o meio do estágio de dhira, que é o estágio preparatório para sannyasa. O estágio sannyasa é o estágio preparatório de paramahamsa, ou o devoto do Senhor de primeiro grau. Verso 29 evaà räjä vidureëänujena Assim Maharaja Dhritarastra, o descendente da família de Ajamidha, firmemente convencido pelo conhecimento introspectivo, (prajña), rompeu imediatamente a forte rede da afeição familiar por sua determinação resoluta. Assim ele deixou o lar imediatamente para se estabelecer no caminho da liberação, como orientado pelo seu irmão mais novo Vidura. Iluminação de Srila Prabhupada: O Senhor Sri Chaitanya Mahaprabhu, o grande pregador dos princípios do Srimad Bhagavatam, enfatizou a importância da associação com sadhus, devotos puros do Senhor. Ele disse que mesmo por alguns momentos de associação com um devoto puro, pode-se alcançar toda perfeição. Não temos vergonha de admitir que esse fato foi experimentado na nossa vida prática. Se nós não fôssemos favorecidos por Sua Divina Graça Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Goswami Maharaja, por meio de nosso primeiro encontro por alguns minutos apenas, seria impossível para nós aceitar esta tarefa poderosa de descrever Srimad Bhagavatam em inglês. Sem vê-lo naquele momento oportuno, nós poderíamos nos tornado um muito grande magnata empresário, mas nunca seríamos capazes de andar no caminho da liberação e estar dedicado no serviço real do Senhor sob instruções de Sua Divina Graça. E aqui está outro exemplo prático pela associação de Dhritarastra com Vidura. Maharaja Dhritarastra estava firmemente amarrado numa rede de afinidades materiais relacionadas a política, economia e apego familiar, e ele fez de tudo em seu alcance para alcançar o suposto sucesso em seus projetos planejados, mas foi frustrado do começo ao fim no que diz respeito às suas atividades materiais. Mesmo assim, apesar de sua vida de fracasso, ele alcançou o maior de todos sucessos na auto-realização pelas enérgicas instruções de um devoto puro do Senhor, que é o emblema típico de um sadhu. As escrituras ordenam, portanto, que a pessoa deve se associar com sadhus somente, e rejeitar todos outros tipos de associação, por fazer isso a pessoa terá ampla oportunidade para ouvir os sadhus, que podem cortar em pedaços as amarras da afeição ilusória no mundo material. É um fato que o mundo material é uma grande ilusão porque tudo parece ser uma realidade tangível mas no momento seguinte evapora igual a espuma arrojada do mar ou uma nuvem no céu. Uma nuvem no céu indubitavelmente parece ser uma realidade porque faz chover, e devido às chuvas tantas coisa verdes temporárias aparecem, mas em última instância, tudo desaparece, a saber a nuvem, chuva e vegetação verde, tudo no devido curso. Mas o céu permanece, e as variedades do céu ou luminárias também permanecem para sempre. Similarmente, a Verdade Absoluta, que é comparada ao céu, permanece eternamente, e a ilusão igual nuvem vem e vai embora. Seres humanos tolos ficam atraídos pela nuvem temporária, mas pessoas inteligentes estão mais preocupadas com o céu eterno com todas suas variedades. Verso 30 patià prayäntaà subalasya putré A gentil e casta Gandhari, que era a filha do Rei Subala de Kandahar (ou Gandhara), seguiu seu esposo, ao ver que ele ia para as Montanhas Himalaia, que são o deleite daqueles que aceitaram o bastão da ordem renunciada igual guerreiros que aceitaram uma boa chicotada do inimigo. Iluminação de Srila Prabhupada: Saubalini, ou Gandhari, filha do Rei Subala e esposa do Rei Dhritarastra, era ideal como uma esposa devotada a seu esposo. A civilização Védica especialmente prepara esposas castas e devotadas, das quais Gandhari é uma entre muitas mencionadas na história. Lakshmiji Sitadevi também era a filha de um grande rei, mas ela seguiu seu esposo, Senhor Ramachandra, na floresta. Similarmente, porque era mulher Gandhari poderia ter ficado em casa ou na casa de seu pai, mas como uma dama casta e gentil ela seguiu seu esposo sem consideração. Instruções para a ordem de vida renunciada foram transmitidas para Dhritarastra por Vidura, e Gandhari ficou do lado de seu esposo. Mas ele não pediu para ela segui-lo porque naquele momento ele estava plenamente determinado, igual um guerreiro que enfrenta todos tipos de perigos dentro do campo de batalha. Ele não estava mais atraído à suposta esposa ou parentes, e decidiu ir sozinho, mas como uma dama casta Gandhari decidiu seguir seu esposo até o último momento. Maharaja Dhritarastra aceitou a ordem de vanaprastha, e nesse estágio a esposa é permitida a permanecer como uma servidora voluntária, mas no estágio sannyasa nenhuma esposa pode permanecer com seu esposo anterior. Um sannyasi é considerado um homem morto civilmente, e por isso a esposa se torna uma viúva civil sem conexão com seu esposo precedente. Maharaja Dhritarastra não negou sua esposa fiel, e ela o seguiu por seu próprio risco. Os sannyasis aceitam um bastão como sinal da ordem de vida renunciada. Existem dois tipos de sannyasis. Aqueles que seguem a filosofia Mayavadi, liderados por Sripada Shankaracharya, aceitam apenas um bastão (eka-danda), mas aqueles que seguem a filosofia Vaishnavite aceitam três bastões combinados (tri-danda). Os sannyasis Mayavadi são ekadandi-swamis, enquanto os sannyasis Vaishnava são conhecidos como tridandi-swamis, ou mais distintamente, tridandi-goswamis, a fim de serem distinguidos dos filósofos Mayavadis. Os ekadandi-swamis são mais atraídos aos Himalaias, mas os sannyasis Vaishnava são atraídos a Vrindavana e Puri. Os sannyasis Vaishnava são narottamas, enquanto os sannyasis Mayavadi são dhiras. Maharaja Dhritarastra foi aconselhado a seguir os dhiras porque naquele estágio era difícil para ele se tornar um narottama. Verso 31 ajäta-çatruù kåta-maitro hutägnir Maharaja Yudhisthira, cujo inimigo nunca nasceu, executou seus deveres matinais cotidianos por orar, oferecer sacrifício de fogo para o deus do Sol, e oferecer reverências, grãos, vacas, terra e ouro para os brahmanas. Ele então entrou no palácio para prestar seus respeitos para os mais velhos. Entretanto, ele não conseguiu encontrar seus tios ou tia, a filha do Rei Subala. Iluminação de Srila Prabhupada: Maharaja Yudhisthira era o rei mais piedoso porque ele pessoalmente praticava diariamente os deveres piedosos para os casados. Os casados são solicitados a levantar de manhã cedo, e depois do banho eles devem oferecer respeitos para as Deidades do lar por preces, por oferecer combustível no fogo sagrado, por dar em caridade para os brahmanas terra, vacas, grãos, ouro, etc., e por último oferecer para os membros mais velhos devidos respeitos e reverências. Aquele que não estiver preparado para praticar injunções prescritas nos sastras não pode ser um bom homem simplesmente por conhecimento de livro. Casados modernos são práticos em diferentes modos de vida, a saber acordar tarde e então tomar chá na cama sem nenhuma sorte de limpeza e sem quaisquer práticas purificatórias como mencionado acima. As crianças da família são levadas a praticar o que os pais praticam, e assim a geração inteira escorrega em direção ao inferno. Nada de bom pode ser esperado deles a menos que se associem com sadhus. Igual Dhritarastra, a pessoa materialista pode tomar muitas lições de um sadhu igual Vidura e assim ficar limpa dos efeitos da vida moderna. Maharaja Yudhisthira, entretanto, não conseguiu encontrar dentro do palácio seus dois tios, chamados Dhritarastra e Vidura, junto com Gandhari, a filha do Rei Subala. Ele estava ansioso para vê-los e então perguntou para Sanjaya, o secretário particular de Dhritarastra. Verso 32 tatra saïjayam äsénaà Maharaja Yudhisthira, cheio de ansiedade, voltou-se para Sanjaya, que estava sentado lá, e disse: Ó Sanjaya, onde está nosso tio, que é idoso e cego? Verso 33 ambä ca hata-puträrtä Onde está meu benquerente, tio Vidura, e mãe Gandhari, que está muito aflita com a morte de todos seus filhos? Meu tio Dhritarastra também estava muito mortificado por causa da morte de todos seus filhos e netos. Indubitavelmente eu sou muito ingrato. Será que ele, portanto, levou minhas ofensas muito seriamente e, junto com sua esposa, afogou-se no Ganges? Iluminação de Srila Prabhupada: Os Pandavas, especialmente Maharaja Yudhisthira e Arjuna, anteciparam os efeitos posteriores da Batalha de Kurukshetra, e por isso Arjuna declinou em executar o combate. O combate foi executado pelo desejo do Senhor, mas os efeitos da aflição familiar, como eles pensaram antes, veio a ser verdade. Maharaja Yudhisthira sempre foi consciente da grande situação difícil de seu tio Dhritarastra e tia Gandhari, e por isso ele tomou todo cuidado possível deles em sua velhice e condições de dificuldade. Quando, então, ele não pôde encontrar seu tio e tia no palácio, naturalmente suas dúvidas surgiram, e ele conjecturou que eles tinham afundado na água do Ganges. Ele se considerou ingrato porque quando os Pandavas ficaram sem pai, Maharaja Dhritarastra lhes deu todas facilidades reais para viver, e em troca ele matou todos filhos de Dhritarastra na Batalha de Kurukshetra. Como uma pessoa piedosa, Maharaja Yudhisthira levou em consideração todas suas más ações inevitáveis, e ele nunca pensou nas más ações de seu tio e companhia. Dhritarastra sofreu os efeitos de suas próprias más ações pela vontade do Senhor, mas Maharaja Yudhisthira pensava somente em suas próprias más ações inevitáveis. Assim é a natureza de uma boa pessoa e devoto do Senhor. Um devoto nunca acha faltas em outros, mas tenta achar as suas próprias e assim retificá-las na medida do possível. Verso 34 pitary uparate päëòau Quando meu pai, Pandu, caiu e todos nós éramos crianças pequenas, esses dois tios nos deram proteção de todos tipos de calamidades. Eles sempre foram nossos bons simpatizantes. Ai de mim, aonde eles foram daqui? Verso 35 süta uväca Suta Goswami disse: Por causa da compaixão e agitação mental, Sanjaya, que não viu seu próprio mestre, Dhritarastra, estava aflito e não pôde responder apropriadamente para Maharaja Yudhisthira. Iluminação de Srila Prabhupada: Sanjaya foi o assistente pessoal de Maharaja Dhritarastra por um longo tempo, e assim ele teve a oportunidade de estudar a vida de Dhritarastra. E quando ele viu que Dhritarastra deixou o lar sem seu conhecimento, sua tristeza não teve limite. Ele estava plenamente compassivo em direção a Dhritarastra porque no jogo da Batalha de Kurukshetra, o Rei Dhritarastra perdeu tudo, homens e dinheiro, e no fim o Rei e a Rainha tiveram que deixar o lar em frustração total. Ele estudou a situação do seu próprio jeito porque não sabia que a visão interior de Dhritarastra foi despertada por Vidura e que assim ele deixou o lar em alegria entusiástica por uma vida melhor depois de partir do poço escuro do lar. A menos que alguém fique convencido de uma vida melhor depois da renúncia da vida presente, não pode aderir à ordem de vida renunciada simplesmente por vestimenta artificial ou ficar fora de casa. Verso 36 vimåjyäçrüëi päëibhyäà Primeiro ele vagarosamente acalmou sua mente pela inteligência, assim enxugou suas lágrimas e com o pensamento nos pés de seu mestre, Dhritarastra, ele começou a responder para Maharaja Yudhisthira. Verso 37 saïjaya uväca Sanjaya disse: Meu querido descendente da dinastia Kuru, eu não tenho informação da determinação dos seus dois tios e Gandhari. Ó Rei, eu fui enganado por essas grandes almas. Iluminação de Srila Prabhupada: Que grandes almas enganam outros pode ser espantoso de saber, mas é um fato que grandes almas enganam outros por uma grande causa. É dito que o Senhor Krishna aconselhou Yudhisthira a contar uma mentira perante Dronacharya, e também foi por uma grande causa. O Senhor quis assim, e portanto foi uma grande causa. Satisfação do Senhor é o critério daquele que é fidedigno, e a perfeição mais elevada da vida é satisfazer o Senhor pelo seu próprio dever ocupacional. Esse é o veredito do Gita e Bhagavatam *. Dhritarastra e Vidura, seguidos por Gandhari, não revelaram sua determinação para Sanjaya, embora ele estivesse constantemente com Dhritarastra como seu assistente pessoal. Sanjaya achava que Dhritarastra não poderia executar qualquer ato sem consultá-lo. Mas Dhritarastra ir embora do lar era tão confidencial que não pôde ser revelado nem para Sanjaya. Sanatana Goswami também enganou o carcereiro da prisão quando fugiu para ver o Senhor Chaitanya Mahaprabhu, e similarmente Raghunatha Dasa Goswami também enganou seu sacerdote e deixou o lar para sempre para satisfazer o Senhor. Para satisfazer o Senhor, qualquer coisa é boa, porque está em relação com a Verdade Absoluta. Nós também tivemos oportunidade de enganar os membros da família e deixar o lar para nos dedicar no serviço do Srimad Bhagavatam. Uma enganação dessa foi necessária por uma grande causa, e não houve nenhuma perda para qualquer parte numa fraude transcendental dessa. * yatah pravrttir bhutanam / yena sarvam idam
tatam ataù pumbhir dvija-çreñöhä /
varëäçrama-vibhägaçaù Verso 38 athäjagäma bhagavän Enquanto Sanjaya falava assim, Sri Narada, o poderoso devoto do Senhor, apareceu em cena carregando seu tumburu. Maharaja Yudhisthira e seus irmãos o receberam apropriadamente por se levantarem de seus assentos e oferecerem reverências. Iluminação de Srila Prabhupada: Devarshi Narada é descrito aqui como bhagavan por ele ser o devoto mais confidencial do Senhor. O Senhor e Seus devotos muito confidenciais são tratados no mesmo nível por aqueles que estão verdadeiramente dedicados no serviço amoroso do Senhor. Tais devotos confidenciais do Senhor são muito queridos pelo Senhor porque viajam em toda parte para pregar as glórias do Senhor em diferentes capacidades e tentam o seu máximo para converter os não devotos do Senhor em devotos com o propósito de trazê-los para a plataforma da sanidade. Na realidade um ser vivo não pode ser um não devoto do Senhor por causa da sua posição constitucional, mas quando alguém se torna um não devoto ou incrédulo, deve-se entender que a pessoa interessada não está numa condição de vida sadia. Os devotos confidenciais do Senhor tratam esses seres vivos iludidos, o por isso eles são os mais queridos aos olhos do Senhor. O Senhor diz no Bhagavad-gita que ninguém é mais querido para Ele do que aquele que prega as glórias do Senhor para converter os incrédulos e os não devotos. E personalidades assim como Narada deve-se oferecer todos devidos respeitos, iguais os oferecidos para a Personalidade de Deus em Pessoa, e Maharaja Yudhisthira, junto com seus nobres irmãos, eram exemplo para outros em receber um devoto puro do Senhor igual Narada, que não tinha nenhuma outra ocupação salvo e exceto cantar as glórias do Senhor junto com sua vina, instrumento musical de cordas. Verso 39 yudhiñöhira uväca Maharaja Yudhisthira disse: Ó personalidade divina, eu não sei para onde meus dois tios foram. Nem posso encontrar minha tia asceta que está angustiada pela perda de todos seus filhos. Iluminação de Srila Prabhupada: Maharaja Yudhisthira, como uma boa alma e devoto do Senhor, era sempre consciente da perda de sua tia e seus sofrimentos como uma asceta. Um asceta nunca fica perturbado por todos tipos de sofrimentos, e isso o faz forte e determinado no caminho do progresso espiritual. Rainha Gandhari é um exemplo típico de um asceta por causa de seu caráter maravilhoso em muitas situações penosas. Ela era uma mulher ideal como mãe, esposa e asceta, e na história do mundo um caráter assim numa mulher é raramente encontrado. Verso 40 karëadhära iväpäre Você é igual um capitão de um navio no grande oceano e você pode nos direcionar para nosso destino. Assim abordado, a personalidade divina, Devarshi Narada, maior dos devotos filósofos, começou a falar. Iluminação de Srila Prabhupada: Existem diferentes tipos de filósofos, e o maior de todos eles são aqueles que viram a Personalidade de Deus e se renderam em serviço amoroso transcendental do Senhor. Entre esses devotos puros do Senhor, Devarshi Narada é o líder, e por isso ele foi descrito aqui como o maior de todos devotos filósofos. A menos que alguém se torne um filósofo suficientemente versado por ouvir a filosofia Vedanta de um mestre espiritual fidedigno, não pode ser um devoto filósofo versado. A pessoa tem que ser muito fiel, versada e renunciada, senão não pode ser um devoto puro. Um devoto puro do Senhor pode nos dar orientação em direção à outra ponta da ignorância. Devarshi Narada costumava visitar o palácio de Maharaja Yudhisthira porque os Pandavas são todos devotos puros do Senhor, e o Devarshi estava sempre pronto para dar a eles bom conselho sempre que preciso. Verso 41 närada uväca Sri Narada disse: Ó Rei piedoso, não lamente por ninguém, porque todos estão sob o controle do Supremo Senhor. Portanto todos seres vivos e seus líderes continuam adoração para serem bem protegidos. É somente Ele que os traz juntos e os dispersam. Iluminação de Srila Prabhupada: Todo ser vivo, tanto dentro deste mundo material quanto no mundo espiritual, está sob o controle do Supremo Senhor, a Personalidade de Deus. A começar por Brahmaji, o líder deste universo, abaixo até a formiga insignificante, todos cumprem a ordem do Supremo Senhor. Assim a posição constitucional do ser vivo é subordinação sob o controle do Senhor. O ser vivo tolo, especialmente humano, artificialmente se rebela contra a lei do Supremo e assim se torna castigado como um asura, ou infrator da lei. Um ser vivo é posto numa posição particular pela ordem do Supremo Senhor, e é novamente mudado desse lugar pela ordem do Supremo Senhor ou Seus agentes autorizados. Brahma, Shiva, Indra, Chandra, Maharaja Yudhisthira ou, na história moderna, Napoleão, Akbar, Alexandre, Gandhi, Shubhash e Nehru todos são servos do Senhor, e são postos dentro e removidos de suas posições respectivas pela vontade suprema do Senhor. Nenhum deles é independente. Mesmo embora tais homens ou líderes que se rebelam a ponto de não reconhecem a supremacia do Senhor, são postos sob leis ainda mais rigorosas do mundo material por meio de diferentes misérias. Somente humanos tolos, portanto, dizem que não existe nenhum Deus. Maharaja Yudhisthira foi convencido sobre essa verdade nua e crua porque ele estava muito perplexo pela partida súbita de seus tios e tia idosos. Maharaja Dhritarastra foi posto nessa posição de acordo com suas más ações passadas; e ele já tinha sofrido e desfrutado os benefícios acumulados para ele no passado, mas por sua boa sorte, de um modo ou de outro ele tinha um irmão mais novo bom, Vidura, e pela instrução dele ele partiu para alcançar salvação por encerrar todas suas contas no mundo material. Ordinariamente ninguém pode mudar o curso da devida felicidade e sofrimento de alguém por plano. Todos têm de aceitá-los na medida que vêm sob o arranjo sutil de kala, ou tempo invencível. Não há nenhuma utilidade em tentar neutralizá-los. A melhor coisa é, portanto, que a pessoa deve se empenhar para alcançar salvação, e essa prerrogativa é dada somente para humanos por causa de sua condição de atividades mentais e inteligência desenvolvidas. Somente para seres humanos existem diferentes instruções Védicas para o alcance da salvação durante a forma humana de existência. Aquele que faz mau uso dessa oportunidade de inteligência avançada é altamente condenado e posto dentro de diferentes tipos de misérias, tanto na vida presente quanto na futura. Assim é o modo que o Supremo controla todos. Verso 42 yathä gävo nasi protäs Do mesmo modo que uma vaca, amarrada pelo nariz por uma longa corda, fica condicionada, assim também seres humanos ficam presos pelas diferentes injunções Védicas e ficam condicionados a obedecerem às ordens do Supremo. Iluminação de Srila Prabhupada: Todo ser vivo, seja um humano ou um animal ou um pássaro, pensa que ele é livre por si mesmo, mas na realidade ninguém é livre das leis severas do Senhor. As leis do Senhor são severas porque não podem ser desobedecidas em nenhuma circunstância. As leis feitas por humanos podem ser evitadas por foras da lei ardilosos, mas nos códigos do supremo legislador não existe a menor possibilidade de negligenciar as leis. Uma mudança mínima no curso da lei feita por Deus pode causar um dano enorme para ser enfrentado pelo infrator da lei. Essas leis do Supremo são geralmente conhecidas como os códigos da religião, sob condições diferentes, mas o princípio da religião em toda parte é único e o mesmo, a saber, obedecer às ordens do Deus Supremo, os códigos da religião. Essa é a condição da existência material. Todos seres vivos no mundo material assumiram o risco da vida condicionada por seleção própria e assim ficam aprisionados pelas leis da natureza material. O único modo de sair do aprisionamento é concordar em obedecer ao Supremo. Mas em vez de ficarem livres das garras de maya, ou ilusão, seres humanos tolos ficam presos por nomenclaturas diferentes, e são designados como brahmanas, ksatriyas, vaisyas, sudras, Hindus, Islâmicos, Indianos, Europeus, Americanos, Chineses, e muitas outras, e assim eles cumprem as ordens do Supremo Senhor sob a influência de injunções respectivas de escrituras ou legislativas. As leis estatutárias do estado são réplicas de imitação imperfeitas dos códigos religiosos. O estado secular, ou o estado sem Deus, permite que os cidadãos quebrem as leis de Deus, mas os restringem de desobedecerem às leis do estado; o resultado é que as pessoas sofrem mais por quebrarem as leis de Deus do que por obedecerem às leis imperfeitas feitas pelos humanos. Todo humano é imperfeito por constituição sob condições da existência material, e não existe a mínima possibilidade que mesmo o humano mais avançado materialmente possa promulgar legislação perfeita. Por outro lado, não existe tal imperfeição nas leis de Deus. Se os líderes forem educados nas leis de Deus, não há necessidade de um conselho legislativo transitório de humanos sem rumo. Existe necessidade de mudança nas leis transitórias dos humanos, mas não existe nenhuma mudança nas leis feitas por Deus porque são feitas perfeitas pela todo-perfeita Personalidade de Deus. Os códigos da religião, injunções das escrituras, são feitas por representantes liberados do Senhor em consideração às diferentes condições de vida, e por cumprir as ordens do Senhor, os seres vivos condicionados gradualmente se tornam livres das garras da existência material. A posição verdadeira do ser vivo é, entretanto, que ele é o servidor eterno do Supremo Senhor. Em seu estado liberado ele presta serviço para o Senhor em amor transcendental e assim desfruta uma vida de liberdade plena, às vezes até mesmo no nível igual do Senhor ou às vezes mais do que o Senhor. Mas no mundo material condicionado, todo ser vivo quer ser o Senhor de outro ser vivo, e assim pela ilusão de maya essa mentalidade de dominar se torna a causa de mais extensão da vida condicionada. Assim no mundo material o ser vivo é ainda mais condicionado, até ele se render ao Senhor por reviver seu estado original de servidão eterna. Essa é a última instrução do Bhagavad-gita e todas as outras escrituras reconhecidas do mundo. Verso 43 yathä kréòopaskaräëäà Assim como quem brinca arruma e dispersa seus brinquedos de acordo com sua doce vontade, assim a vontade suprema do Senhor traz humanos juntos e os separa. Iluminação de Srila Prabhupada: Nós devemos saber com certeza que a posição particular na qual estamos estabelecidos é um arranjo da vontade suprema em termos de nossos próprios atos no passado. O Supremo Senhor está presente como o Paramatma localizado no coração de cada ser vivo, como está dito no Bhagavad-gita (13.23), e portanto Ele sabe tudo de nossas atividades em cada estágio de nossas vidas. Ele recompensa as reações de nossas ações por nos colocar em algum lugar particular. Um homem rico obtém seu próprio filho com uma colher de prata em sua boca, porém a criança que veio como o filho de um homem rico mereceu um lugar assim, portanto ele é posto ali pela vontade do Senhor. E num momento particular quando a criança precisa ser removida daquele lugar, ela é carregada pela vontade do Supremo, mesmo se a criança ou o pai não desejarem ficar separados da relação feliz. A mesma coisa acontece no caso de um homem pobre também. Nem homem rico nem homem pobre têm nenhum controle sobre encontros ou separações dos seres vivos. O exemplo daquele que brinca e seus brinquedos não deve ser mal entendido. Alguém pode argumentar desde que o Senhor é obrigado a conceder os resultados reacionários de nossas ações pessoais, o exemplo daquele que brinca não pode ser aplicado. Mas isso não é assim. Nós temos que lembrar sempre que o Senhor é a vontade suprema, e Ele não é obrigado por nenhuma lei. Geralmente a lei do karma é que para alguém é concedido o resultado de suas próprias ações, mas em casos especiais, pela vontade do Senhor, essas ações resultantes são mudadas também. Mas essa mudança pode ser afetada pela vontade do Senhor somente, e ninguém mais. Portanto, o exemplo daquele que brinca citado neste verso é bem apropriado, porque a Vontade Suprema é absolutamente livre para Ele fazer o que bem entender, e porque Ele é todo-perfeito, não existe nenhum erro em quaisquer de Suas ações ou reações. Essas mudanças das ações resultantes são especialmente prestadas pelo Senhor quando devotos puros estão envolvidos. Está assegurado no Bhagavad-gita (9.30-31) que o Senhor salva um devoto puro que se rendeu a Ele sem reserva de todas sortes de reações de pecados, e não existe nenhuma dúvida quanto a isso. Existem centenas de exemplos de reações mudadas pelo Senhor na história do mundo. Se o Senhor é capaz de mudar as reações das ações passadas de alguém, então certamente Ele não Se aprisiona por nenhuma ação ou reação de Seus próprios feitos. Ele é perfeito e transcendental a todas leis. Verso 44 yan manyase dhruvaà lokam Ó Rei, em todas circunstâncias, seja você considerar a alma como um princípio eterno, ou o corpo material como perecível, ou tudo existe dentro da Verdade Absoluta impessoal, ou tudo é uma combinação inexplicável de matéria e espírito, sentimentos de separação são devidos apenas a afeição ilusória e nada mais. Iluminação de Srila Prabhupada: O fato real é que cada ser vivo é uma parte e parcela individual do Ser Supremo, e sua posição constitucional é serviço cooperativo subordinado. Tanto na sua existência material condicionada quanto em sua posição liberada de conhecimento pleno e eternidade, o ser vivo está eternamente sob o controle do Supremo Senhor. Mas aqueles que não são versados no conhecimento real apresentam muitas posições especulativas, sobre a posição real do ser vivo. É admitido, entretanto, por todas escolas de filosofia, que o ser vivo é eterno e que o corpo de cobertura de cinco elementos materiais é perecível e temporário. O ser vivo eterno transmigra de um corpo material para outro pela lei do karma, e corpos materiais são perecíveis pelas suas estruturas fundamentais. Portanto não há nada para lamentar no caso da alma transferida para dentro de outro corpo, ou o corpo material perecer num certo estágio. Existem outros também que acreditam na alma espiritual imergir no Espírito Supremo quando fica descoberta pelo encarceramento material, e existem outros também que não acreditam na existência da alma espiritual, só acreditam em matéria tangível. Na nossa experiência diária encontramos tantas transformações de matéria de uma forma para outra, porém não lamentamos tais mudanças de características. Em qualquer um dos casos acima, a força da energia divina é irreprimível; ninguém tem nenhuma participação nisso, e não há nenhuma causa para lamentação. Verso 45 tasmäj jahy aìga vaiklavyam Portanto abandone sua ansiedade devido à ignorância do eu. Você agora pensa como eles, que são pobres criaturas desamparadas, existirão sem você. Iluminação de Srila Prabhupada: Quando pensamos em nossos amigos e parentes como desamparados e dependentes de nós, é devido à nossa ignorância. Todo ser vivo é autorizado a ter toda proteção pela ordem do Supremo Senhor em termos da posição adquirida no mundo por cada um. O Senhor é conhecido como bhuta-bhrt, aquele que dá proteção a todos seres vivos. A pessoa tem que executar seus deveres apenas, porque ninguém além do Supremo Senhor pode dar proteção para qualquer um. Isso é explicado mais claramente no verso seguinte. Verso 46 käla-karma-guëädhéno Este corpo material grosseiro feito de cinco elementos já está sob o controle do tempo eterno (kala), ação, (karma) e os modos da natureza material (guna). Como, então, pode aquele, que já está nas presas da serpente, proteger outros? Iluminação de Srila Prabhupada: Os movimentos do mundo para liberdade por meio de propaganda política, econômica, social, e cultural não podem fazer nenhum benefício para ninguém, porque são controlados por poder superior. Um ser vivo condicionado está sob o controle pleno da natureza material, representado por tempo eterno e atividades sob o ditado de diferentes modos da natureza. Existem três modos materiais da natureza, chamados bondade, paixão e ignorância. A menos que a pessoa esteja situada no modo da bondade, não pode ver as coisas como elas são. O apaixonado e o ignorante não podem nem mesmo ver as coisas como elas são. Portanto uma pessoa que é apaixonada ou ignorante não pode direcionar suas atividades no caminho certo. Somente o humano na qualidade da bondade pode ajudar até certo ponto. A maioria das pessoas é apaixonada e ignorante, e por isso seus planos e projetos dificilmente podem fazer qualquer bem para outros. Acima dos modos da natureza está o tempo eterno, que se chama kala porque muda a forma de tudo dentro do mundo material. Mesmo se formos capazes de fazer algo benéfico temporariamente, tempo verá que o bom projeto ficará frustrado no devido curso do tempo. A única coisa possível de se fazer é se livrar do tempo eterno, kala, que é comparado a kala-sarpa, ou o cobra-naja, cuja picada é sempre letal. Ninguém pode ser salvo da picada de um cobra-naja. O melhor remédio para se livrar das presas do kala igual cobra-naja ou sua integridade, os modos da natureza, é bhakti-yoga, como é recomendado no Bhagavad-gita (14.26). O projeto de perfeição mais elevado de atividades filantrópicas é engajar todos no ato de pregar bhakti-yoga por todo o mundo porque somente isso pode salvar as pessoas do controle de maya, ou a natureza material representada por kala, karma e guna, como descrito acima. O Bhagavad-gita (14.26) confirma isso definitivamente. Verso 47 ahastäni sahastänäm Aqueles que são desprovidos de mãos são presas para aqueles que têm mãos, aqueles que não têm pernas são presas para o quadrúpede. O fraco é a subsistência do forte, e a regra geral sustenta que um ser vivo é alimento para outro. Iluminação de Srila Prabhupada: Uma lei sistemática da subsistência na luta pela existência existe pela vontade suprema, e não existe escapatória para ninguém por nenhuma quantidade de planejamento. Os seres vivos que vieram para o mundo material contra a vontade do Ser Supremo estão sob o controle de um poder superior chamado maya-sakti, a agente delegada do Senhor, e essa daivi maya é destinada para pressionar as almas condicionadas com as três misérias, uma delas é explicada aqui neste verso: o fraco é a subsistência do forte. Ninguém é forte o suficiente para se proteger do ataque de um mais forte, e pela vontade do Senhor existem categorias sistemáticas do fraco, do mais forte e do forte superior. Não há nada para ser lamentado se um tigre comer um animal mais fraco, inclusive um humano, porque essa é a lei do Supremo Senhor. Mesmo embora a lei afirme que um ser humano deve subsistir sobre outro ser vivo, existe a lei do bom senso também, porque um ser humano é destinado a obedecer às leis das escrituras. Isso é impossível para outros animais. O ser humano é destinado à auto-realização, e para esse propósito ele não deve comer nada que não foi oferecido ao Senhor. O Senhor aceita de Seu devoto todos tipos de preparações feitas com vegetais, frutas, folhas e cereais. Frutas, folhas e leite em variedades diferentes podem ser oferecidos para o Senhor, e depois do Senhor aceitar a comida, o devoto pode compartilhar o prasada, pelo qual todo sofrimento na luta pela existência gradualmente mitigará. Isso é confirmado no Bhagavad-gita (9.26). Mesmo aqueles acostumados a comerem animais podem oferecer alimento, não para o Senhor diretamente, mas para um agente do Senhor, sob certas condições de rituais religiosos. Injunções das escrituras são destinadas não a encorajar os comedores de animais, mas para restringi-los por princípios reguladores. O ser vivo é a fonte de subsistência para outro, seres vivos mais fortes. Ninguém deve ficar muito ansioso por sua subsistência em quaisquer circunstâncias porque existem seres vivos em toda parte, e nenhum ser vivo é faminto por falta de comida em qualquer lugar. Maharaja Yudhisthira é aconselhado por Narada para não se preocupar pelo sofrimento de seus tios por falta de comida, porque eles podiam viver de vegetais disponíveis nas selvas como prasada do Supremo Senhor e assim realizarem o caminho da salvação. Exploração do ser vivo mais fraco pelo mais forte é a lei natural da existência; há sempre uma tentativa para devorar o fraco em diferentes reinos de seres vivos. Não há possibilidade de impedir essa tendência por quaisquer meios artificiais sob condições materiais; só pode ser impedida pelo despertar do senso espiritual do ser humano pela prática dos regulamentos espirituais. Os princípios reguladores espirituais, entretanto, não permitem que um humano abata animais mais fracos de um lado e ensine outros coexistência pacífica. Se um humano não permite coexistência pacífica para os animais, como pode esperar existência pacífica na sociedade humana? Os líderes cegos devem portanto entenderem o Ser Supremo e então tentarem implementar o reino de Deus. O reino de Deus, ou Rama-rajya, é impossível sem o despertar da consciência de Deus na mente em massa das pessoas do mundo. Verso 48 tad idaà bhagavän räjann Portanto, ó Rei, você só deve procurar pelo Supremo Senhor, que é único sem um segundo e que Se manifesta por diferentes energias e está tanto dentro quanto fora. Iluminação de Srila Prabhupada: A Suprema Personalidade de Deus é único sem um segundo, mas Ele Se manifesta por meio de diferentes energias porque Ele é por natureza bem-aventurado. Os seres vivos também são manifestações da Sua energia marginal, qualitativamente una com o Senhor, e existem inumeráveis seres vivos tanto dentro quanto fora das energias externa e interna do Senhor. Porque o mundo espiritual é uma manifestação da energia interna do Senhor, os seres vivos dentro da potência interna são qualitativamente unos com o Senhor sem contaminação da potência externa. Embora qualitativamente uno com o Senhor, o ser vivo, devido à contaminação do mundo material, é manifestado pervertidamente, e por isso ele experimenta as supostas felicidade e tristeza no mundo material. Essas experiências são efêmeras e não afetam a alma espiritual. A percepção dessas felicidade e tristeza efêmeras é devido somente ao esquecimento de suas qualidades, que são iguais às do Senhor. Existe, entretanto, uma corrente regular do próprio Senhor em Pessoa, de dentro e de fora, com a qual retificar a condição caída do ser vivo. De dentro Ele corrige os seres vivos desejosos como o Paramatma localizado, e de fora Ele corrige por Suas manifestações, o mestre espiritual e as escrituras reveladas. Deve-se procurar pelo Senhor; não se deve ficar perturbado com as supostas manifestações de felicidade e tristeza, mas deve-se tentar cooperar com o Senhor em Suas atividades externas para correção das almas caídas. Por Sua ordem somente, deve-se tornar um mestre espiritual e cooperar com o Senhor. Não se deve se tornar um mestre espiritual para benefício pessoal, por algum ganho material ou como uma avenida de negócios ou ocupação para ganhar seu sustento. Mestres espirituais fidedignos que procuram pelo Supremo Senhor para cooperar com Ele são na realidade qualitativamente unos com o Senhor, e os esquecidos são somente reflexos pervertidos. Yudhisthira Maharaja é aconselhado por Narada, portanto, para não ficar perturbado pelos casos das supostas felicidade e tristeza, mas para procurar somente pelo Senhor para executar a missão para qual o Senhor descendeu. Esse era seu dever primordial. Verso 49 so 'yam adya mahäräja Essa Suprema Personalidade de Deus, Senhor Sri Krishna, sob o disfarce do tempo todo devorador (kala-rupa) agora descendeu à Terra para eliminar os invejosos do mundo. Iluminação de Srila Prabhupada: Existem duas classes de seres humanos, chamados os invejosos e os obedientes. Porque o Senhor é único e o pai de todos seres vivos, os seres vivos invejosos também são Seus filhos, mas são conhecidos como os asuras. Mas os seres vivos que são obedientes ao pai supremo são chamados devatas, ou semideuses, porque não estão contaminados pelo conceito material de vida. Não somente os asuras são invejosos do Senhor até mesmo em negar a existência do Senhor, mas também são invejosos de outros seres vivos. A predominância dos asuras no mundo é ocasionalmente retificada pelo Senhor quando Ele os elimina do mundo e estabelece um reinado de devatas iguais os Pandavas. Sua designação como kala disfarçado é significativa. Ele não é perigoso de jeito nenhum, porém Ele é a forma transcendental de eternidade, conhecimento e bem-aventurança. Para os devotos Sua forma real é revelada, e para os não devotos Ele aparece como kala-rupa, que é forma casual. Essa forma casual do Senhor não é nenhum pouco agradável para os asuras, e por isso eles pensam no Senhor como sem forma com o propósito de se sentirem seguros de que não serão aniquilados pelo Senhor. Verso 50 niñpäditaà deva-kåtyam O Senhor já realizou Seus deveres para ajudar os semideuses, e Ele aguarda o resto. Vocês Pandavas devem esperar enquanto o Senhor estiver aqui na Terra. Iluminação de Srila Prabhupada: O Senhor descende de Sua morada (Krsnaloka), o planeta mais elevado no céu espiritual, com o propósito de ajudar os semideuses administradores deste mundo material quando são altamente vexados pelos asuras, que não são somente invejosos do Senhor mas também de Seus devotos. Como referido acima, os seres vivos condicionados contatam associação material por sua própria escolha, ditada por um forte desejo de dominar os recursos do mundo material e se tornarem senhores de imitação de tudo que enxergam. Todos tentam se tornar uma imitação de Deus; existe competição ávida entre esses deuses de imitação, e esses competidores são geralmente conhecidos como asuras. Quando há asuras demais no mundo, então ele se torna um inferno para aqueles que são devotos do Senhor. Devido ao crescimento dos asuras, a massa de pessoas que são geralmente devotadas ao Senhor por natureza e os devotos puros do Senhor, inclusive os semideuses nos planetas superiores, rogam ao Senhor por alívio, o Senhor ou descende pessoalmente de Sua morada ou delega algum de Seus devotos para remodelar a condição caída da sociedade humana, ou até mesmo sociedade animal. Essas perturbações acontecem não somente na sociedade humana mas também entre animais, pássaros ou outros seres vivos, inclusive os semideuses nos planetas superiores. O Senhor Sri Krishna descende pessoalmente para aniquilar asuras tipo Kamsa, Jarasandha e Sisupala, e durante o reinado de Maharaja Yudhisthira quase todos esses asuras foram mortos pelo Senhor. Agora Ele aguardava a aniquilação da Sua própria dinastia Yadu-vamsa, que apareceu por Sua vontade neste mundo. Ele queria levá-los embora antes da Sua própria partida para Sua morada eterna. Narada, igual Vidura, não revelou a aniquilação iminente da dinastia Yadu, mas indiretamente, deu uma sugestão para o Rei e seus irmãos para esperarem até o incidente acontecer e o Senhor partir. Verso 51 dhåtaräñöraù saha bhräträ Ó Rei, seu tio Dhritarastra, seu irmão Vidura e sua esposa Gandhari foram para o lado sul das Montanhas Himalaia, onde há abrigos dos grandes sábios. Iluminação de Srila Prabhupada: Para acalmar o pesaroso Maharaja Yudhisthira, Narada primeiro de tudo falou do ponto de vista filosófico, e então ele começou a descrever os movimentos futuros de seu tio, que ele podia ver por seus poderes de previsão, e então começou a descrever como se segue. Verso 52 srotobhiù saptabhir yä vai O lugar é conhecido como Saptasrota ("dividido em sete") porque ali as águas do Ganges sagrado foram divididas em sete ramos. Isso foi feito para a satisfação dos sete grandes rsis. Verso 53 snätvänusavanaà tasmin Nas margens em Saptasrota, Dhritarastra agora está engajado no começo de astanga-yoga por se banhar três vezes por dia, na manhã, meio-dia e noite, por executar o sacrifício Agni-hotra com fogo e por beber somente água. Isso ajuda a pessoa controlar a mente e os sentidos e livra a pessoa completamente dos pensamentos da afeição familiar. Iluminação de Srila Prabhupada: O sistema de yoga é um caminho mecânico para controlar os sentidos e a mente e desviá-los de matéria para espírito. Os processos preliminares são postura sentada, meditação, pensamentos espirituais, manipulação do ar que passa dentro do corpo, e situação gradual em transe, ver a Pessoa Absoluta face a face, Paramatma. Esses meios mecânicos de se elevar para a plataforma espiritual prescrevem alguns princípios reguladores de tomar banho três vezes por dia, jejuar o máximo possível, sentar e concentrar a mente em assuntos espirituais e assim gradualmente se tornar livre de visaya, ou objetivos materiais. Existência material significa estar absorto no objetivo material, que é simplesmente ilusório. Casa, país, família, sociedade, filhos, propriedade, e negócios são algumas das coberturas materiais do espírito, atma, e o sistema de yoga ajuda a pessoa a se tornar livre de todos esses pensamentos ilusórios e gradualmente se voltar para a Pessoa Absoluta, Paramatma. Pela associação e educação materiais, aprendemos simplesmente a concentrar em coisas frívolas, mas yoga é processo de esquecer tudo isso de uma vez. Supostos yogis e sistemas de yoga modernos manifestam alguns aspectos mágicos, e pessoas ignorantes ficam atraídas por essas coisas falsas, ou aceitam o sistema de yoga como um processo de cura barato para doenças do corpo grosseiro. Mas na realidade o sistema de yoga é o processo de aprender a esquecer aquilo que adquirimos por meio da luta pela existência. Dhritarastra estava o tempo todo engajado em melhorar assuntos familiares por elevar o padrão de vida de seus filhos ou por usurpar a propriedade dos Pandavas para o benefício de seus próprios filhos. Esses são assuntos comuns para um homem grosseiramente materialista e sem conhecimento da força espiritual. Ele não vê como isso pode arrastar uma pessoa do céu para o inferno. Pela graça de seu irmão mais novo Vidura, Dhritarastra foi iluminado e pôde ver suas ocupações grosseiramente ilusórias, e por essa iluminação ele foi capaz de deixar o lar para a realização espiritual. Sri Naradadeva simplesmente previa o caminho do progresso espiritual num lugar que era santificado pelo fluir do Ganges celestial. Beber somente água, sem comida sólida, também é considerado jejuar. Isso é necessário para o avanço no conhecimento espiritual. Uma pessoa idiota quer ser um yogi barato sem observar os princípios reguladores. Uma pessoa que não tem controle sobre a língua em primeiro lugar dificilmente pode se tornar um yogi. Yogi e bhogi são dois termos opostos. O bhogi, ou o homem folião que come e bebe, não pode ser um yogi, para um yogi nunca é permitido comer e beber irrestritamente. Podemos notar com lucro como Dhritarastra começou seu sistema de yoga por beber somente água e sentar calmamente num lugar com uma atmosfera espiritual, profundamente absorto nos pensamentos do Senhor Hari, a Personalidade de Deus. Verso 54 jitäsano jita-çväsaù Aquele que controlou as posturas sentadas (os asanas do yoga) e o processo respiratório pode voltar os sentidos em direção à Personalidade de Deus Absoluta e assim ficar imune de todas contaminações dos modos da natureza material, chamados bondade, paixão e ignorância mundanos. Iluminação de Srila Prabhupada: As atividades preliminares do caminho do yoga são asana, pranayama, dhyana, dharana, etc.. Maharaja Dhritarastra estava para alcançar sucesso naquelas ações preliminares porque ele estava sentado num lugar santificado e estava concentrado no objetivo, chamado Suprema Personalidade de Deus (Hari). Assim todos seus sentidos estavam engajados no serviço do Senhor. Esse processo ajuda diretamente o devoto a obter liberdade das contaminações dos três modos da natureza material. Mesmo o modo mais elevado, o modo material da bondade, também é uma causa de cativeiro material, e que dizer das outras qualidades, chamadas paixão e ignorância. Paixão e ignorância aumentam as propensões materiais de desejo ardente por prazer material, e um forte senso de luxúria provoca o acúmulo de riqueza e poder. Aquele que conquistou essas duas mentalidades básicas e se elevou para a plataforma da bondade, que é cheia de conhecimento e moralidade, também não pode controlar os sentidos, chamados os olhos, a língua, o nariz, o ouvido e tato. Mas aquele que se rendeu aos pés de lótus do Senhor Hari, como mencionado acima, pode transcender todas influências dos modos da natureza material e ficar fixo no serviço do Senhor. Isso proíbe o realizador a se engajar em atividades materiais. Esse processo de voltar os sentidos do apego material para o serviço amoroso transcendental do Senhor se chama pratyahara, e o mesmo processo se chama pranayama, que finaliza ultimamente em samadhi, ou absorção em satisfazer o Supremo Senhor Hari por todos os meios. Verso 55 vijïänätmani saàyojya Dhritarastra terá que amalgamar sua identidade pura com inteligência e então imergir dentro do Ser Supremo com conhecimento de sua unidade qualitativa, como um ser vivo, com o Brahman Supremo. Livre do céu bloqueado, ele terá que se elevar para o céu espiritual. Iluminação de Srila Prabhupada: O ser vivo, pelo seu desejo de dominar o mundo material e declínio em cooperar com o Supremo Senhor, contata a soma total do mundo material, chamada mahat-tattva, e do mahat-tattva sua identidade falsa com o mundo material, inteligência, mente e sentidos se desenvolvem. Isso cobre sua identidade espiritual pura. Pelo processo do yoga, quando sua identidade pura é realizada na auto-realização, a pessoa tem que reverter para a posição original por amalgamar os cinco elementos materiais grosseiros e os elementos sutis, mente e inteligência, no mahat-tattva novamente. Assim livre das garras do mahat-tattva, ele tem que imergir na existência da Superalma. Em outras palavras, tem que realizar que qualitativamente não é diferente da Superalma, e assim transcende o céu material por sua inteligência idêntica pura e assim fica engajado no serviço amoroso transcendental do Senhor. Esse é o desenvolvimento de identidade espiritual mais elevado, que foi alcançado por Dhritarastra pela graça de Vidura e do Senhor. A misericórdia do Senhor foi concedida a ele pelo seu contato pessoal com Vidura, e quando ele praticava realmente as instruções de Vidura, o Senhor o ajudou a alcançar o estágio de perfeição mais elevado. Um devoto puro do Senhor não vive dentro de um planeta do céu material, nem ele sente nenhum contato com elementos materiais. Seu suposto corpo material não existe, por estar sobrecarregado com a corrente espiritual do interesse idêntico do Senhor, e assim é permanentemente livre de todas contaminações da soma total do mahat-tattva. Ele está sempre no céu espiritual, que ele alcança por estar transcendental às coberturas materiais séptuplas pelo efeito do serviço devocional. As almas condicionadas estão com as coberturas, enquanto a alma liberada está muito além da cobertura. Verso 56 dhvasta-mäyä-guëodarko Ele terá que suspender todas ações dos sentidos, mesmo do exterior, e terá que ser impermeável a interações dos sentidos, que são influenciados pelos modos da natureza material. Depois de renunciar todos deveres materiais, ele deve ficar imovelmente estabelecido, além de todas fontes de obstáculos no caminho. Iluminação de Srila Prabhupada: Dhritarastra alcançou, pelo processo de yoga, o estágio de negação de todos tipos de reação material. Os efeitos dos modos da natureza material arrastam a vítima para desejos infatigáveis do desfrutador material, mas a pessoa pode escapar desse desfrute falso pelo processo de yoga. Cada sentido está sempre ocupado em procurar por sua comida, e assim a alma condicionada é assaltada por todos os lados e não tem chance de se tornar firme em qualquer busca. Maharaja Yudhisthira foi aconselhado por Narada para não perturbar seu tio com a tentativa de tentar trazê-lo de volta para casa. Agora ele estava além da atração de qualquer coisa material. Os modos da natureza material (os gunas) têm seus diferentes modos de atividades, mas acima dos modos da natureza material existe um modo espiritual, que é absoluto. Nirguna significa sem reação. O modo espiritual e seu efeito são idênticos; por isso a qualidade espiritual é distinta da sua contrapartida material pela palavra nirguna. Depois da suspensão completa dos modos da natureza material, a pessoa é admitida na esfera espiritual, e ação ditada pelos modos espirituais se chama serviço devocional, ou bhakti. Bhakti é portanto nirguna alcançada pelo contato direto com o Absoluto. Verso 57 sa vä adyatanäd räjan Ó Rei, ele deixará seu corpo, mais provavelmente no quinto dia a partir de hoje. E seu corpo se transformará em cinzas. Iluminação de Srila Prabhupada: A profecia de Narada Muni proibiu Yudhisthira Maharaja de ir ao lugar onde seu tio estava sentado porque mesmo depois de deixar o corpo pelo seu próprio poder místico, Dhritarastra não teria necessidade de nenhuma cerimônia de funeral. Narada Muni indicou que o corpo dele por si mesmo queimaria até as cinzas. A perfeição do sistema de yoga é atingida por esse poder místico. O yogi é capaz de deixar seu corpo por sua própria escolha e pode alcançar qualquer planeta que desejar por transformar o corpo presente em cinzas pelo fogo da auto combustão. Verso 58 dahyamäne 'gnibhir dehe Enquanto observará seu esposo de fora, que queimará no fogo do poder místico junto com sua cabana de palha, sua casta esposa entrará no fogo com atenção extasiada. Iluminação de Srila Prabhupada: Gandhari era uma dama casta ideal, companheira de vida do seu esposo, e portanto quando ela viu seu esposo queimando no fogo do yoga místico junto com sua cabana de folhas, ela se desesperou. Ela saiu de casa depois de perder seus cem filhos, e na floresta viu seu muito amado esposo que também queimava. Agora ela realmente se sentiu sozinha, e por isso entrou no fogo de seu esposo e seguiu seu esposo na morte. Essa entrada de uma dama casta dentro do fogo de seu esposo morto se chama rito sati, e a ação é considerada como a mais perfeita para uma mulher. Na última era, esse rito sati se tornou um caso criminoso obnóxio porque a cerimônia era forçada mesmo para uma mulher que não queria. Nesta era caída não é possível para nenhuma dama seguir o rito sati tão castamente como foi feito por Gandhari e outras nas eras passadas. Uma esposa casta igual Gandhari sentiria a separação de seu esposo como mais ardente do que fogo de verdade. Uma dama assim pode observar o rito sati voluntariamente, e não há nenhuma força criminosa de ninguém. Quando o rito se tornou uma formalidade apenas e força era aplicada sobre uma dama para seguir o princípio, na realidade se tornou criminoso, e assim a cerimônia foi parada por lei do estado. Essa profecia de Narada Muni para Maharaja Yudhisthira o proibiu de ir até sua tia viúva. Verso 59 viduras tu tad äçcaryaà Vidura, afetado com deleite e tristeza, então deixará aquele local sagrado de peregrinação. Iluminação de Srila Prabhupada: Vidura ficou atônito ao ver a partida maravilhosa de seu irmão Dhritarastra como um yogi liberado, porque em sua vida passada ele era muito apegado a materialismo. É claro que foi somente devido a Vidura que seu irmão alcançou o objetivo da vida desejado. Vidura por isso ficou feliz de saber disso. Mas ficou triste porque não pôde transformar seu irmão num devoto puro. Isso não foi feito por Vidura porque Dhritarastra era inimigo dos Pandavas, que eram todos devotos do Senhor. Uma ofensa aos pés de um Vaishnava é mais perigosa do que uma ofensa aos pés de lótus do Senhor. Vidura foi certamente muito liberal para conceder misericórdia para seu irmão Dhritarastra, cuja vida passada foi muito materialista. Mas ultimamente o resultado duma misericórdia dessa depende da vontade do Supremo Senhor na vida presente; por isso Dhritarastra alcançou liberação somente, e depois de muitos desses estados de vida liberados pode-se alcançar o estágio do serviço devocional. Vidura ficou com certeza muito mortificado com a morte de seu irmão e cunhada, e o único remédio para mitigar essa lamentação era ir em peregrinação. Assim Maharaja Yudhisthira teve a chance de chamar Vidura de volta, seu tio sobrevivente. Verso 60 ity uktväthäruhat svargaà Depois de falar assim, o grande sábio Narada, junto com sua vina, ascendeu dentro do espaço sideral. Yudhisthira manteve sua instrução dentro de seu coração e assim conseguiu se livrar de todas lamentações. Iluminação de Srila Prabhupada: Sri Naradaji é um astronauta eterno, dotado com um corpo espiritual pela graça do Senhor. Ele pode viajar em espaços siderais tanto dos mundos material quanto espiritual sem restrição e pode se aproximar de qualquer planeta em espaço ilimitado dentro de nenhum tempo. Nós já discutimos sua vida passada como o filho de uma criada. Por causa da sua associação com devotos puros, ele foi elevado à posição de astronauta eterno e assim tem liberdade de movimento. Deve-se portanto tentar seguir os passos de Narada Muni e não fazer um esforço fútil para alcançar outros planetas por meios mecânicos. Maharaja Yudhisthira era um rei piedoso, e por isso ele podia ver Narada Muni ocasionalmente, qualquer um que desejar ver Narada Muni deve primeiro ser piedoso e seguir os passos de Narada Muni. Assim terminam os significados Bhaktivedanta do Primeiro Canto, Décimo Terceiro Capítulo, do Srimad Bhagavatam, intitulado "Dhritarastra Deixa o Lar".
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Desde 18/julho/2000 (Última Edição: 06-mai-2024 ) |