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Todas as Glórias a Sri Guru e Sri Gauranga

Nitai Gaura Hari Bol

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Todas as Glórias a Sri Guru e Sri Gauranga

Nitai Gaura Hari Bol

 

 

 

 

Todas as Glórias a Sri Guru e Sri Gauranga

Nitai Gaura Hari Bol

 

 

  

Sri Brahma-samhita - Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura Prabhupada pela Divina Graça de Srila Bhaktivedanta Swami Maharaj Prabhupada

  

Verso 43

Em baixo de tudo está localizada Devi-dhama (mundo mundano), a próxima morada é Mahesha-dhama (morada de Mahesha); acima de Mahesha-dhama está localizada Hari-dhama (morada de Hari) e acima de todas está o reino pessoal de Krishna chamado Goloka. Eu adoro o primordial Senhor Govinda, que alocou suas respectivas autoridades para os soberanos desses reinos graduados.

Significado

O reino de Goloka situa-se acima de todos os outros. Brahma ao olhar para cima até a posição mais alta de Goloka fala sobre os outros reinos do ponto de vista de seu próprio reino: o primeiro na ordem deste mundo mundano se chama Devi-dhama que consiste de quatorze mundos, a saber, Satyaloka, etc.; depois da morada Devi-dhama está localizada Shiva-dhama uma porção da qual, chamada Mahakala-dhama, é encoberta na escuridão; interpenetrada nessa porção de Shiva-dhama brilha Sadashivaloka, plena de grande luz. Acima dessa aparece Hari-dhama ou transcendental Vaikunthaloka. A potência de Devi-dhama, na forma da extensão de Maya, e essa de Shivaloka, que consistem de tempo, espaço e matéria, são a potência das partículas separadas penetradas pelo reflexo de penumbra da porção subjetiva da Divindade. Contudo Hari-dhama é sempre resplandecente com majestade transcendental e o grande esplendor da todo-doçura que predomina sobre todas as outras majestades em Goloka. O Supremo Senhor Govinda pelo Seu próprio poder direto e indireto constituiu essas potências respectivas desses reinos.

Verso 44

A potência externa, Maya, que é da natureza da sombra da potência chit, é adorada por todas as pessoas como Durga, a agência de criação, preservação e destruição do mundo mundano. Eu adoro o primordial Senhor Govinda pois de acordo com Sua vontade, Durga conduz si mesma.

Significado

(A deidade presidente de Devi-dhama mencionada é descrita). O mundo, no qual Brahma aceita sua localização e louva o Senhor de Goloka, é Devi-dhama o qual consiste de quatorze mundos e Durga é a deidade presidente. Ela possui dez braços, que representam as dez atividades lucrativas. Ela anda sobre o leão, que representa o poder heróico. Ela pisa em cima de Mahishasura, que representa a conquistadora dos vícios. Ela é mãe de dois filhos, Karttikeya e Ganesha, que representam beleza e sucesso. Ela é colocada entre Lakshmi e Sarasvati, que representa opulência mundana e conhecimento mundano. Ela está armada com as vinte armas, que representam as várias atividades piedosas determinadas nos Vedas para a supressão dos vícios. Ela segura a serpente, que representa a beleza do tempo destrutivo. Ela é Durga e possui todas essas múltiplas formas. Durga é possuidora de durga, que significa prisão. Quando os jivas são gerados pela potência marginal (tatastha-shakti), esquecem o serviço a Krishna e ficam confinados na prisão mundana, a cidadela de Durga. A roda do karma é o instrumento de punição nesse local. O trabalho de purificar esses jivas penalizados é o dever desenvolvido sobre Durga. Ela incessantemente se dedica no cumprimento dele pelo desejo de Govinda. Quando, por sorte, o esquecimento de Govinda por parte dos jivas aprisionados é notado por eles ao entrar em contato com almas auto-realizadas e sua aptidão natural para o serviço amoroso a Krishna desperta, Durga em pessoa então se torna a agência de sua liberação pelo desejo de Govinda. Por isso convém a todos obter a graça sincera de Durga, a soberana desta prisão, por propiciar a ela o serviço abnegado a Krishna. Os benefícios recebidos de Durga na forma de riqueza, prosperidade, recuperação de doença, da esposa e dos filhos, devem ser realizados como a bondade ilusória de Durga. Os júbilos físicos mundanos de dasa-maha-vidya, as dez divindades ou formas de Durga, são elaboradas para a desilusão das pessoas acorrentadas deste mundo. Jiva é uma parte atômica de Krishna. Quando esquece seu serviço a Krishna, ele é imediatamente desviado pelo poder atrativo de Maya neste mundo, que o atira no rodamoinho da atividade lucrativa (karma) ao aprisioná-lo num corpo grosseiro constituído de cinco elementos materiais, seus cinco atributos e onze sentidos, que parecem o uniforme dum prisioneiro. Neste rodamoinho, o jiva tem a experiência de felicidade e misérias, céu e inferno. Além disso, existe um corpo sutil, que consiste de mente, inteligência e ego, dentro do corpo grosseiro. Por meio do corpo sutil, o jiva abandona um corpo grosseiro e aceita o recurso de outro. O jiva não pode se livrar do corpo sutil, cheio de ignorância e desejos maléficos, a menos que e até que seja liberado. Ao se livrar do corpo sutil, ele se banha no Viraja e sobe para Hari-dhama. Esses são os deveres realizados por Durga de acordo com a vontade de Govinda. No shloka Bhagavata, vilajyamanaya... durdhiyah; o relacionamento de Durga e as almas condicionadas foi descrito.

Durga adorada pelas pessoas deste mundo mundano, é a Durga descrita acima. Entretanto a Durga espiritual, mencionada no mantra que é a cobertura externa do reino espiritual do Supremo Senhor, é a eterna servente de Krishna e é, portanto, a realidade transcendental cuja sombra, Durga deste mundo, funciona neste mundo mundano como sua servente. (Ver Significado do shloka 3).

Verso 45

Justamente igual ao leite que é transformado pela ação de ácidos, mesmo assim a coalhada efeito não é nem igual ao mesmo, nem diferente dele, sua causa, a saber, leite, por isso eu adoro o primordial Senhor Govinda de quem o estado de Shambhu é uma transformação para a realização do trabalho de destruição.

Significado

(A natureza de Shambhu, a deidade presidente de Mahesha-dhama, é descrita). Shambhu não é um segundo Deus outro além de Krishna. Aqueles, que acolhem tal sentimento discriminatório, cometem uma grande ofensa contra o Supremo Senhor. A supremacia de Shambhu é subserviente da de Govinda; conseqüentemente eles não são realmente diferentes um do outro. A não-distinção é estabelecida pelo fato justamente igual ao leite tratado com ácidos virar coalhada assim o Supremo se torna subserviente quando Ele mesmo obtém uma personalidade distinta pela adição dum elemento particular de adulteração. Essa personalidade não tem iniciativa independente. O princípio de adulteração mencionado é constituído por uma combinação da qualidade entorpecente da energia ilusória, a qualidade de não plenitude da potência marginal e um pequeno grau do princípio extático e cognitivo da potência plenária espiritual. Esse reflexo especificamente adulterado do princípio da porção subjetiva da Divindade é Sadashiva, na forma do resplandecente deus-símbolo-masculino Shambhu de quem Rudradeva se manifesta. No trabalho de criação mundana como a causa material, no trabalho de preservação pela destruição de diversos asuras e no trabalho da destruição para conduzir toda a operação, Govinda Se manifesta como guna-avatara na forma de Shambhu que é a porção separada de Govinda imbuída com o princípio de Sua porção plenária subjetiva. A personalidade do princípio destrutivo na forma do tempo foi identificada com a de Shambhu pelas evidências das escrituras que foram aduzidas no comentário. O significado dos shlokas Bhagavatas, a saber, vaisnavanam yatha sambhuh, etc., é que Shambhu, em perseguição ao desejo de Govinda, trabalha em união com sua consorte Durgadevi por sua própria energia do tempo. Ele ensina deveres piedosos (dharma) como trampolins para o alcance de serviço espiritual nos vários tantra-shastras, etc., adequados para jivas em diferentes graus da existência condicionada. Em obediência ao desejo de Govinda, Shambhu mantém e sustenta a religião da pura devoção por pregar o culto do ilusionismo (Mayavada) e os agama-shastras especulativos. Os cinqüenta atributos das almas individuais são manifestos numa medida muito maior em Shambhu e cinco atributos adicionais não obtidos por jivas também são encontrados parcialmente nele. Portanto Shambhu não pode ser chamado de jiva. Ele é o senhor do jiva todavia compartilha a natureza de uma porção separada de Govinda.

verso 46

A luz de uma vela comunicada a outras velas, apesar de queimar separada delas, é a mesma em sua qualidade. Eu adoro o primordial Senhor Govinda que Se exibe igualmente da mesma maneira móvel em Suas várias manifestações.

Significado

As Deidades presidentes de Hari-dhama, a saber, Hari, Narayana, Vishnu, etc., as porções subjetivas de Krishna, são descritas. A manifestação majestosa de Krishna é Narayana, o Senhor de Vaikuntha, cuja porção subjetiva é Karanodakashayi Vishnu, a causa primordial, cuja porção é Garbhodakashayi. Kshirodakashayi é novamente a porção subjetiva de Garbhodakashayi Vishnu. A palavra "Vishnu" indica personalidade todo-penetrante, onipresente e onisciente. Nesse shloka, as atividades das porções subjetivas da Divindade são enunciadas pela especificação da natureza de Kshirodakashayi Vishnu. A personalidade de Vishnu, a forma corporificada da qualidade manifestadora (sattva-guna) é bem distinto da de Shambhu que é adulterada com qualidades mundanas. A personalidade subjetiva de Vishnu está no nível da de Govinda. Ambas consistem do princípio subjetivo não adulterado. Vishnu na forma do princípio causal manifesto é idêntico a Govinda no que diz respeito a qualidades. A qualidade manifestadora (sattva-guna) que é achada para existir na qualidade tripla mundana, é uma entidade adulterada, ao ser misturada com as qualidades da atividade mundana e inércia. Brahma é a porção deslocada da divindade, manifesta no princípio da ação mundana, dotada com a natureza funcional de Sua porção subjetiva; e Shambhu é a porção deslocada da Divindade manifesta no princípio da inércia mundana que possui similarmente natureza funcional de Sua porção subjetiva. A razão de serem porções deslocadas é que os dois princípios de ação mundana e inércia por serem os dois juntos desprovidos da essência espiritual de quaisquer entidades, que estão manifestas nelas, estão localizadas a uma grande distância da Divindade em Si ou Seus fac-símiles. Apesar da qualidade manifestadora mundana ser do tipo não adulterado, Vishnu, a manifestação da Divindade na qualidade manifestadora mundana, faz Seu aparecimento no princípio manifestador não adulterado que é um constituinte da qualidade manifestadora mundana. Além do mais, Vishnu é porção subjetiva plena e pertence à categoria dos ishvaras superiores. Ele é o Senhor da potência ilusória e não misturado com ela. Vishnu é o agente da própria natureza subjetiva de Govinda na forma da causa primordial. Todos os atributos majestosos de Govinda, agregados com sessenta em número, estão plenamente presentes na Sua manifestação majestosa, Narayana. Brahma e Shiva são entidades adulteradas com qualidades mundanas. Apesar de Vishnu também ser aparecimento divino em qualidade mundana (guna-avatara), ainda assim Ele não é adulterado. O aparecimento de Narayana na forma de Maha-Vishnu, o aparecimento de Maha-Vishnu na forma de Garbhodakashayi Vishnu e do aparecimento de Vishnu na forma de Kshirodakashayi, são exemplos da função ubíqua da Divindade. Vishnu é Deus Supremo em Si, e os outros dois guna-avataras e todos os outros deuses são entidades que possuem autoridade em subordinação a Ele. Da manifestação majestosa subjetiva do supremo auto-luminoso Govinda emana Karanodakashayi, Garbhodakashayi, Kshirodakashayi e todos os outros descendentes divinos subjetivos derivados (avataras) como Rama, etc., análogo à luz comunicada que aparece em diferentes velas, a brilhar pela operação da potência espiritual de Govinda.

Verso 47

Eu adoro o primordial Senhor Govinda que ao assumir Sua própria grande forma subjetiva, que porta o nome Shesha, repleto com a potência todo-acomodação, e a repousar no Oceano Causal com a infinidade do mundo nos poros de Seu cabelo, desfruta sono criativo (yoga-nidra).

Significado

(A natureza subjetiva de Ananta que tem a forma do colchão de Maha-Vishnu, é descrita). Ananta, o mesmo que é o colchão infinito no qual Maha-Vishnu repousa, é um aparecimento distinto da Divindade que porta o nome Shesha, que tem a mesma natureza subjetiva do servo de Krishna.

Verso 48

Brahma e outros senhores dos mundos mundanos, que aparecem dos poros do cabelo de Maha-Vishnu, permanecem vivos enquanto durar uma exalação Dele (Maha-Vishnu). Eu adoro o primordial Senhor Govinda de cuja personalidade subjetiva Maha-Vishnu é a porção da porção.

Significado

A majestade suprema da natureza subjetiva de Vishnu é mostrada aqui.

Verso 49

Eu adoro o primordial Senhor Govinda de quem a porção subjetiva separada Brahma recebe seu poder para a regulação do mundo mundano, justamente igual ao Sol que manifesta alguma porção de sua própria luz em todas as gemas reluzentes que possuem os nomes suryakanta, etc..

Significado

Brahma é de dois tipos: em certos kalpas quando a potência do Supremo Senhor Se introduz num jiva elegível, este age no escritório de Brahma e cria o universo. Nos kalpas quando nenhum jiva está disponível, depois que o Brahma do kalpa anterior é liberado, Krishna, pelo processo de distribuição de Sua própria potência, cria o Brahma que tem a natureza do avatara (descende) da Divindade no princípio mundano ativo (rajo-guna). Por princípio, Brahma é superior a jivas ordinários porém não é a Divindade direta. A natureza divina está presente numa medida maior em Shambhu do que em Brahma. O significado fundamental acima é que o agregado de cinqüenta atributos, que pertence ao jiva, está presente numa medida mais cheia em Brahma que possui, em menor grau, cinco atributos a mais que não são encontrados nos jivas. Contudo em Shambhu tanto os cinqüenta atributos dos jivas e também os atributos adicionais encontrados em Brahma estão presentes numa medida maior ainda do que Brahma.

Verso 50

Eu adoro o primordial Senhor Govinda, cujos pés de lótus são sempre sustentados por Ganesha sobre o par de lajes salientes de sua cabeça de elefante a fim de obter poder para a sua função de destruir todos os obstáculos no caminho do progresso dos três mundos.

Significado

O poder de destruir todos os obstáculos à prosperidade mundana foi delegado a Ganesha que é o objeto de adoração para aqueles que são elegíveis para adorá-lo. Ele obteve uma graduação entre os cinco deuses como Brahma que possui qualidade mundana. Esse mesmo Ganesha é um deus em possessão de poder delegado pela infusão do poder divino. Toda sua glória repousa inteiramente na graça de Govinda.

     

  

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